quinta-feira, 28 março 2024

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Primeira fase do museu do café da ilha do Fogo será inaugurada daqui a um ano por ocasião da sétima edição do festival – Fábio Vieira

O vereador da cultura da autarquia Mosteirense, Fábio Vieira, anunciou a promoção de um plano de acção para que a inauguração da primeira fase do museu do café coincide no próximo ano com a sétima edição do festival do café.

Fábio Vieira, que é o presidente da comissão organizadora da sexta edição do “Fogo Coffee Fest”, que decorre de 12 a 14 de Abril, na cidade de Igreja, sob o tema “cultura do café e o seu valor económico na actualidade”, disse que os painéis sobre a “historia da cafeicultura em Cabo Verde” e a “museologia ligada ao café” enquadram na ambição da Câmara Municipal dos Mosteiros na instalação do museu do café do Fogo.

Para o vereador, o café tem sido ao longo da história da ilha do Fogo e dos Mosteiros um produto de alto valor económico, razão pela qual a autarquia achou por bem criar o festival e introduzir mais este evento na agenda cultural local, com o propósito de promover o café enquanto produto biológico e turístico de alto valor acrescentado para a economia local.

“Outro propósito da criação do festival é promover intercambio entre os vários actores do sector do café para um debate que se quer aprofundado e descomplexado no sentido de se adoptar um conjunto de acções, mas também definir uma estratégia para se trabalhar numa perspectiva conjunta para que o café do Fogo continue a ser uma referência nacional com alto potencial”, disse Fábio Vieira, indicando que é por esta razão que se realizou a conferência que, além dos painéis mencionados, debruçou-se também sobre o estado da arte do café, desafios e sustentabilidade.

Este disse que o objectivo é a internacionalização do festival, observando que no próximo ano a autarquia vai firmar um protocolo de cooperação com o Centro de Ciência do Café, de Portugal, com a finalidade de partilhar boas práticas e trocas de experiências em matéria de museologia do café, além de trabalhar uma estratégia de marketing do café para que continue 100 por cento biológico e com alto valor económico para Mosteiros.

Para a instalação do museu, o vereador reconheceu que é necessário começar a trabalhar no dia seguinte após a realização desta edição do festival, indicando que, além da parceria com o Centro de Ciência do Café, a Câmara conta com a parceria do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC), através do Instituto do Património Cultural (IPC) na montagem da estratégia e plano de acção para ter o museu em 2020.

O director nacional dos museus, Adilson Dias, que orientou o painel relacionado com esta temática, disse que a ideia de criar o museu do café é “ muito importante” e ocorre numa época igualmente importante, tendo em contra os trabalhos desenvolvidos pelo Ministério da Cultura, através do IPC, por permitir a outras instituições assumir responsabilidades de que não deve ser só o IPC a trabalhar na salvaguarda.

Para Adilson Dias, falar da musealização do café dos Mosteiros é falar de um produto que é uma marca identitária da ilha do Fogo, com uma “história interessante”, já que o café ganhou prémios internacionais no passado e a cada dia que passa agrega mais valores.

Segundo o mesmo, a ideia de musealização do café não pressupõe necessariamente ter um espaço físico com todos os serviços de retaguarda do museu, mas uma “musealização em sítios”, através de criação de um circuito que possibilite as pessoas se dirigirem a espaços de produção, do trabalho de pós produção e de experimentação do café, dentro daquilo que é o conceito sustentável que o Estado defende que é o de levar o desenvolvimento às comunidades, em vez de elas irem aos centros da cidade.

“O café por si só já tem valor, falta apenas trabalhar os conceitos certos, no âmbito do desenvolvimento que se quer para ilha e para o país, porque sendo uma marca identitária dos Mosteiros e da ilha é também uma marca de Cabo Verde”, disse o director nacional dos museus, indicando que a estratégia para a instalação do museu passa primeiro pelo trabalho de inventariação do que existe, locais de produção, de tratamento, de consumo e de experimentação do café.

Depois disso, explica, é preciso ter pessoas qualificadas para trabalhar nisso porque, adiantou, “não vale a pena ter uma equipa técnica a trabalhar aqui nos Mosteiros e regressar à sede, ficando o museu sem pessoas capacitadas”.

O responsável sublinhou que é necessário trabalhar a capacitação dos recursos humanos, introduzir conteúdos técnicos de excelência porque a ideia, ajuntou, é ter um conceito técnico sustentável, e depois trabalhar o marketing do café.

Para o mesmo, a criação do museu exige “coragem, firmeza e a certeza” daquilo que se vai fazer, e dar o primeiro passo, porque, sublinhou, dando o primeiro passo, acredita que vai ter muito trabalho na musealização do café.

JR/JMV

Inforpress/Fim

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