sexta-feira, 29 março 2024

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Manual de orientações sobre modelo de agro-turismo é “um dos ganhos” do projecto Rotas do Fogo – ONG

A elaboração do manual de orientações para um modelo de agro-turismo no País foi “um dos ganhos” do projecto Rotas do Fogo, co-financiado pela União Europeia e implementado pelas ONG Cospe e CERAI, em parceria com outras instituições.

A informação foi avançada pela responsável da Cospe na ilha, Carla Cossu, ao fazer o balanço final do projecto, encerrado oficialmente no passado mês de Março, depois de três anos de actividade.

Segundo a mesma, inicialmente o projecto tinha previsto algumas formações que não foram realizadas devido à pandemia, tendo esta actividade sido transformada num manual, que depois poderá ser utilizado não só pelas instituições e operadores turísticos, como também pelas escolas de hotelaria.

O manual, segundo Carla Cossu, mostra o quanto é importante perceber a multifuncionalidade do modelo de agro-turismo e se consegue imaginar quais as ofertas que se poderiam aproveitar, sobretudo a nível da ilha do Fogo, que tem potencial para este modelo onde os agricultores e operadores turísticos trabalham em estreita sintonia.

O agro-turismo pode dinamizar a cadeia do turismo rural, melhorar as condições socioeconómicas e a protecção ambiental nas zonas rurais do Fogo, mediante o adiantamento deste modelo que representa uma solução sustentável de ecoturismo integrando a actividade agrícola ao turismo, sustentou a mesma fonte.

O manual inspirado no modelo italiano refere que a introdução do turismo rural como estratégia de desenvolvimento local e como prática demonstrativa de sucesso do binómio agricultura-turismo, se bem aplicado às ilhas mais rurais poderá ter como efeito principal um “aumento de atenção ao território, ao meio ambiente, à produção local e à tutela das tipicidades dos produtos peculiares”.

O manual destaca quatro áreas distintas que foram padronizadas para criar uma disciplina “clara e inequívoca” para os empresários agrícolas que decidem combinar a recepção turística com suas actividades agrícolas e pecuárias.

São elas, o conceito de multifuncionalidade para quem já trabalha na área de agricultura e pecuária”, incentivos fiscais regulamentados pela lei, importância da lista de fornecedores e a criação de uma rede de produtores locais e as boas práticas a ser aplicada na implementação do modelo do agro-turismo.

“O manual visa ser um ponto de referência e de partida para as instituições nacionais e locais, para estimular o desenvolvimento do turismo rural nas ilhas cabo-verdiana, fornecer directrizes para a realização de uma futura lei sobre o agro-turismo e a regulamentação em geral deste sector de turismo rural”, destaca o documento.

No quadro da implementação do modelo do agro-turismo o projecto apoiou três famílias rurais na reabilitação das casas, uma por cada município, para iniciar o trabalho com o modelo, o que infelizmente não ocorreu devido a pandemia, mas conseguiu-se prepará-los para com a retoma do turismo poder diversificar a oferta da ilha.

Carla Cossu destacou o quanto é importante a sinergia entre os parceiros na implementação de qualquer tipo de projecto, mas também a formação e capacitação dos recursos humanos que trabalham para a ONG, da valorização dos mesmo para que possam acreditar nas suas capacidades e não ter o impulso de sair da ilha.

Em relação a constrangimentos, a mesma fonte apontou a morte do coordenador do projecto Rotas do Fogo, ocorrido a 01 de Maio de 2019, cujo nome foi atribuído ao jardim botânico implementado no perímetro florestal de Monte Velha, e a pandemia da covid-19, que alterou a forma de trabalhar.

O projecto Rotas do Fogo foi cofinanciado pela União Europeia, implementado pela ONG italiana Cospe, em parceria com o Centro de Estudos Rurais e Agricultura Internacional (CERAI), câmaras de Santa Catarina e dos Mosteiros e Associação de Guias Turísticos de Chã das Caldeiras (AGTC).

Inforpress/Fim

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