O projecto de empreendimento turístico e imobiliário “Duargena five star living”, apresentado hoje às autoridades municipais de São Filipe, representa um investimento na ordem de 17,5 milhões de euros (cerca de 1,9 milhões de contos).
O empreendimento vai nascer entre o hospital São Francisco de Assis e a praia de Nossa Senhora da Encarnação, na zona sul da cidade de São Filipe, e é uma iniciativa da engenheira e modelo, Monica Sofia, em parceria com investidores da República Checa e vai ocupar uma área de mais de 40 mil metros quadrados.
O representante da Monica Sofia em Cabo Verde e dos seus projectos, Djoy Gonçalves, avançou que este projecto terá grande impacto para a ilha do Fogo e para Cabo Verde, porque irá trazer “muito emprego” e permitirá até o retorno das pessoas que estão fora da ilha e do país.
O projecto “Duargena five star living” vai impulsionar vários outros projectos e em colaboração com o poder local e o Governo está-se a equacionar a possibilidade da expansão da pista do aeródromo de São Filipe para dar mais vida ao próprio projecto, além de aquisição de zonas para agricultura, referiu o representante da investidora, sublinhando que os projectos permitir que a ilha do Fogo tenha um impulso para alavancar e suporta até Cabo Verde.
O “Duargena five star living” terá 110 apartamentos, vilas de luxo, SPA, seis lojas, um restaurante, campos para desportos náuticos (ténis e futebol de praia), três clubes de praia, mais de três dezenas de piscinas, monumentos, espaços verdes, sistema de tratamento das águas, energia renováveis.
Os imóveis são equipados sendo localizados numa zona integrada e sustentável e com uma vista direccionada para o mar e para a ilha Brava.
A ideia, segundo a mesma fonte, é lançar a primeira pedra em meados de Abril deste ano para que as obras possam iniciar, esperando concretizar o investimento o mais depressa possível.
O presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, e a sua equipa mostram-se satisfeitos com o projecto, observando que tinha prometido sanfilipenses “mobilizar São Filipe”, o que significa mobilizar pessoas para investir, viver e criar e fazer cultura e conhece ilha do Fogo e o município e que este é um exemplo.
“A mobilização de investimentos à volta dos 17,5 milhões de euros é à realidade factual e actual, um dos maiores investimentos privados na ilha do Fogo, e tem objectivos concretos de trazer para a ilha um conceito “five star living” que vai ao encontro do lema de São Filipe como uma cidade para visitar, viver e amar”, referiu o autarca.
Para Nuías Silva, trata-se de um projecto que a câmara acarinha e tem dado todo o apoio para a sua materialização, formulando votos para que haja uma vontade de todos para a sua concretização, porque, sublinhou, vai ser vantajoso para município, para o posicionamento estratégico da ilha enquanto referência importante no contexto das competitividades das ilhas, mas também para geração de emprego já que vai ter áreas comerciais, residenciais e que vão gerar oportunidades para jovens.
“É um projecto indutor de outras sinergias porque com os mesmos investidores checos estamos a trabalhar com a engenheira Monica na mobilização de parcerias e engenharia financeira para apresentar ao Governo a possibilidade de expansão da pista do aeródromo de São Filipe e a sua transformação num aeroporto de médio porte capaz de dar vazão a estes investimentos e a outros”, disse Nuías Silva, lembrando que a câmara já retomou contactos com o empreendedor do Aloé Vera Resort, que manifestou vontade expressa para, havendo uma parceria conjunta, apresentar ao governo o projecto de expansão do aeródromo.
Para Nuías Silva com a expansão do aeródromo e resolver o problema de ligação Fogo e Brava diariamente vai-se criar um novo pólo de desenvolvimento de turismo de qualidade e ligado à natureza e comodidade, alternativo ao turismo de sol e praia.
O edil lembrou ainda que os investidores da República Checa têm outras oportunidades de investimento, nomeadamente na agricultura, e que vão trabalhar as dimensões para atrair outros investimentos checos, através da engenheira Mónica Sofia.
Em relação a este empreendimento, o presidente da câmara de São Filipe defende que a própria diáspora foguenses é convocada a aderir, através da aquisição de apartamento de alto ‘standing’ que depois podem ser rendados aos chamados “nómadas digitais” que trabalham para empresas grandes e que têm vontade de passar temporadas em outros países.
“Estamos a dar um sinal de que o próprio governo deve estar junto com o município e os investidores para trabalhar na questão do aeroporto de médio porte porque permite à ilha conhecer níveis e índices de desenvolvimento não só económico como social muito interessantes”, indicou.
A implementação do empreendimento, segundo Nuías Silva, vai introduzir alteração no projecto que a câmara tinha para a antiga lixeira, lembrando que antes o poder local ia fazer um esforço sozinho para transformar a zona num pulmão verde, mas hoje vai fazer o esforço de construir a estrada, limpeza da área e a selagem e depois o próprio investidor encarregar-se-á de transformar aquela zona num espaço público verde com monumento e miradouro sobre a praia de Fonte Bila.
Quanto à orla marítima que é um sonho antigo de São Filipe, disse que não ficará comprometida, mas com novo desenvolvimento em termos daquilo que é o desporto náutico e unidades pré-fabricadas de suporte e que a câmara ocupar-se-á da requalificação da orla marítima que se enquadra dentro deste projecto.
Inforpress/Fim