quinta-feira, 21 novembro 2024

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Pico do Fogo-uma escalada e aventura indispensável

Pico do Fogo

Ninguém pode dizer que esteve verdadeiramente no Fogo se não subir o vulcão, o ponto mais alto de Cabo Verde, com 2.829 m de altura. É como ir à Roma e não visitar o Papa.

A sua imponência desafiava os espíritos científicos e aventureiros. Além de visitas efectuadas por vulcanólogos, geólogos, naturalistas e outros, a 7 de Abril de 1826, um Espanhol degredado na ilha do Fogo, consegue pela primeira vez subir ao "cume do pico". É primeira escalada de que se tem o registo.

A partir de então, é normal ouvir- se falar da sua escalada, tanto por curiosos e exploradores como por especialistas ou estudiosos científicos.

O Pico é uma montanha muito elevada, de figura cônica, com uma cratera com cerca de 500 metros de diâmetro. A boca tem uma figura quase elíptica, o seu interior é da figura de um funil, e a cavidade é muito profunda. Toda a superfície exterior é coberta de pedaços de lava, umas avermelhadas, outras pretas misturadas com cinzas ou escórias de diferentes cores, lançadas pela boca durante as erupções.

A escalada do vulcão começa logo cedo, entre as 6 e as 7 horas da manhã, e necessita de algumas horas de esforço físico e da ajuda de um guia local experiente e conhecedor das trilhas ( caminho ).

A subida começa com uma caminhada de aproximadamente 30 minutos desde a Portela até ao sopé do vulcão. A partir deste ponto inicia-se o real desafio, o de chegar ao ponto mais alto de Cabo Verde.

Quando se chega ao cume, todo o esforço despendido pela subida é compensado pela vista soberba sobre a Chã.

Do cume é possível identificar claramente os vários episódios do vulcanismo da ilha, magnificamente preservados nos diferentes tons de castanho e cinzento das lavas que se desenham sobre a grande cratera. A visão intensifica-se pelo odor intenso a enxofre que é emanado por umas quantas fumarolas incrustadas na vertente do vulcão e que nos dão conta de que ele está activo, apesar do ar dormente.

No caso de boa visibilidade pode-se também observar uma grande parte das ilhas de Cabo Verde, a partir do cume.

A descida do vulcão é alucinante e exige a técnica inerente às descidas nas pistas de neve, convenientemente adaptada ao deslize com botas sobre a jorra.

Depois de atingir o sopé do vulcão novamente a sensação de dever cumprido fica estampada na cara de cada aventureiro. Ainda sobre o efeito da adrenalina e de olhos postos no cume costuma-se ouvir “quero estar lá em cima para poder descer de novo, mas não sei se voltarei a encarar a subida”.

Advertências: A subida ao pico deverá ser feita unicamente com guias, pois o caminho não é sinalizado, apresenta forte inclinação, rochas, detritos e pedras soltos. Use calçado de montanha e o protector solar. Não escreva o seu nome nas rochas nem traga materiais do vulcão. Obedeça sempre ao seu guia.

É indispensável uma câmara fotográfica para registar os episódios da escalada, umas garrafas de água.

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