O professor Fausto do Rosário, que lecciona na ilha do Fogo, defendeu hoje que as aulas do terceiro trimestre do presente ano lectivo devem ocorrer, excepcionalmente, entre 01 de Agosto e 15 de Setembro.
Este professor com 40 anos de serviço e ainda no exercício na escola secundaria Dr. Teixeira de Sousa em São Filipe e que por vários anos desempenhou a função de delegado do Ministério da Educação no Fogo, discorda da metodologia de ensino à distancia que o ministério pretende implementar a partir de segunda-feira, 20, com aulas através da rádio e da televisão.
Fausto do Rosário justificou que a solução encontrada “não tem eficácia e nem o alcance e a cobertura, que muita gente pensa, sobretudo nas ilhas ditas periféricas onde as redes funcionam mal, há zonas de sombra e não existem equipamentos para este tipo de recepção e nem há garantia de acompanhamento pedagógico”.
“Estamos a criar uma utopia perigosa em termos de avaliação baseada, talvez, num modelo predominantemente urbano ou em realidades cabo-verdianas onde tecnologia e o acesso a meios de novas tecnologias é uma realidade diferente”, afirmou, avançando que trata-se de realidade urbana como Praia, São Vicente ou Sal e não para a realidade do Fogo ou Brava, por exemplo.
O professor de defende um modelo mais exequível e recuou no tempo para lembrar as autoridades de como foi gerido o ano lectivo de 1994/95, aquando da erupção vulcânica, em que todas as zonas altas do Fogo tiveram prorrogação do ano lectivo que só terminou no final de Julho e início de Agosto, atendendo a situação excepcional da altura.
Fausto do Rosário avançou com proposta que os docentes e alunos continuam nas férias para no final e Julho preparar o reinício das aulas que decorrerão de 01 de Agosto a 15 de Setembro, reservando a terceira semana de Setembro para avaliação final do no lectivo 2019/20, seguido de um pequeno período de férias.
Os três primeiros dias do mês de Outubro seria para preparação metodológica do primeiro trimestre do ano lectivo 2020/21, com início das aulas a partir de 07 de Outubro, seguindo depois o percurso normal.
Para o docente, pode-se perder duas a três semanas de aulas e gestão de conteúdos, mas adiantou que esse período de tempo pode ser gerido e qualquer professor, equipa pedagógica ou conselho pedagógico, minimamente competente, pode facilmente criar um cronograma e plano, ao longo de ano em que os conteúdos afectados seriam absorvidos de forma normal.
Inforpress/Fim