Os horticultores dos Mosteiros afectados pelo corte no fornecimento de energia eléctrica a dois furos de prospecção de água para a massificação do projecto rega agendaram para hoje uma manifestação exigindo a reposição do fornecimento de água.
O horticultor Jorge Pires, contactado pela Inforpress, disse que na sequência do corte de energia eléctrica por “dividas acumuladas superior a três mil contos”, os horticultores estão sem água há 16 dias, com reflexo nas parcelas irrigadas e com as plantas a ressentirem da falta de água, pelo que, com esta acção, esperam ver resolvida a situação.
Os dois furos que fornecem água aos horticultores da zona baixa dos Mosteiros, desde Fajãzinha até cidade de Igreja, são geridos pelo Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) e a divida acumulada, que vem desde Setembro de 2016 a esta parte, ascende os três mil contos pelo fornecimento de energia.
A concentração dos horticultores estava agendada para as 10:00 frente ao edifício de Paços do Concelho dos Mosteiros, mas a forte chuva que se regista no momento pode, segundo o horticultor, limitar a participação dos mesmos.
Este disse que as chuvas que estão a cair, a segunda na zona baixa dos Mosteiros este ano, vai resolver por hora a situação das parcelas irrigadas, mas adiantou que o fornecimento de água para agricultura tem de ser solucionado para garantir “a segurança e a tranquilidade” aos horticultores.
Na semana passada, o vereador do Ambiente e Desenvolvimento Rural, Jaime Monteiro Júnior, disse que a autarquia já comunicou a ocorrência ao delegado do MAA na ilha, que, por sua vez, lhe informou que o director do Orçamento daquele ministéro encontra-se a negociar o pagamento da divida com a Electra, mas até este momento a situação permanece inalterável.
Desde 01 de Agosto de 2019, no quadro do protocolo celebrado entre a autarquia dos Mosteiros e o MAA, o Ministério transferiu as competências de agricultura e ambiente à câmara e, por isso, segundo o vereador, em relação à divida a autarquia “não tem qualquer responsabilidade” e que na altura da transferência das competências “ninguém informou” à câmara dos Mosteiros da existência da dívida.
A água para rega nos Mosteiros ainda não foi assumida pela Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava), e continua sob a gestão do MAA, pagando os horticultores uma média de 35 escudos por cada metro cúbico de água utilizada, cerca de metade do valor que os horticultores e criadores de gado de São Filipe e Santa Catarina, que pagam 70 escudos por metro cúbico de água à Águabrava.
Inforpress/Fim