A Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), através do conselho local, está a agilizar o processo para disponibilizar a segunda tranche do financiamento a 40 famílias de Chã das Caldeiras, para implementar actividades geradoras de rendimento (AGR).
A primeira tranche, no valor de 150 contos a cada uma das famílias (6000 contos no global), foi disponibilizada no inicio de Janeiro de 2017, há mais de dois anos, o que permitiu às mesmas iniciarem alguma actividade, sendo que o montante que vai ser disponibilizado na segunda tranche é igual ao da primeira.
O financiamento foi angariado pela Cruz Vermelha de Cabo Verde, no âmbito da campanha realizada para apoiar os afectados da erupção vulcânica de 2014/2015, a nível nacional e internacional, tendo a instituição arrecadado cerca de 30 mil contos, dos quais seis mil contos já foram disponibilizados e mais seis mil serão entregues ainda no decurso de Agosto ou inicio de Setembro, além de financiamento de outros investimentos.
O presidente do conselho local da CVCV, Mário Barbosa, disse à Inforpress que neste momento a instituição está a agilizar o processo de abertura de contas das famílias beneficiadas junto de um dos bancos em São Filipe, para a disponibilização do montante que será utilizado pelas famílias, consoante as suas necessidades.
O responsável indicou que o número de beneficiários, em principio, irá manter-se, observando que uma das famílias não justificou o valor da primeira tranche e outra vendeu tudo e passou a residir na Cidade da Praia, devendo, por isso, serem excluídas, mas afirma que ainda não há uma decisão sobre esses dois casos.
O apoio financeiro disponibilizado em tranches pode atingir o tecto máximo de 600 contos a cada família, segundo Mário Barbosa, justificando o atraso na entrega da segunda tranche, que deveria acontecer em 2018, com a mudança na direcção nacional da Cruz Vermelha,
O conselho local, enquanto ponto focal, realizou uma missão no terreno para se inteirar se as famílias empregaram o dinheiro na criação de actividades geradoras de rendimento para que possam beneficiar da segunda tranche.
A instituição, explicou, constatou que apenas duas das famílias empregaram o dinheiro na construção de quartos, alegando que é também uma actividade geradora de rendimento e que com a segunda tranche podem criar negócios na área de acolhimento familiar de turistas.
A selecção das famílias beneficiadas foi feita com base no trabalho de triagem desenvolvido por uma equipa intersectorial envolvendo vários parceiros da CVCV e que em Novembro de 2014 identificou um total de 66 famílias vulneráveis a viver em Chã das Caldeiras, das quais 40 se encontravam desprovidas dos meios mais básicos de subsistência, e por isso esta instituição entendeu dar um tratamento diferenciado, pela positiva.
Aquando da atribuição da primeira tranche, a Cruz Vermelha inventariou as potenciais áreas de intervenção futura de cada família, no quadro de actividades geradoras de rendimento, e parte dos beneficiários recebeu formação em gestão de pequenos negócios.
O objectivo é que as famílias invistam em acções estruturais, para libertá-las da dependência dos poderes públicos.
Por outro lado, o conselho local da Cruz Vermelha de Cabo Verde em São Filipe foi a votos, há uma semana, para a escolha dos novos membros dos órgãos sociais, tendo sido eleito o professor Pedro Andrade Pires, que vai substitui o também professor Mário Barbosa, que está à frente desta instituição há mais de uma década.
Aguarda-se a disponibilidade do presidente da CVCV para se deslocar à ilha para o empossamento dos novos dirigentes do conselho local, assim como para fazer a entrega de uma viatura hiace, que já se encontra na ilha, ao conselho local e para entrega da segunda tranche do financiamento às famílias de Chã das Caldeiras.
Inforpress/Fim