Os trabalhos de execução do furo de prospecção de água subterrânea na cidade de Cova Figueira, iniciados na segunda quinzena de Fevereiro, estão paralisados há mais de um mês.
O presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes, confirmou à Inforpress a paralisação dos trabalhos, por falha na comunicação entre as instituições envolvidas no processo.
Segundo o mesmo, no final de 2018, um vedor italiano que se encontrava na ilha ao serviço da Associação de Solidariedade e Desenvolvimento (ASDE) teria identificado uma linha de água, mesmo à frente do edifício dos Paços do Concelho.
A câmara, prosseguiu, comunicou o facto ao Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) através da delegação do Fogo, que deu continuidade ao processo, e depois ao vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, durante uma visita, dando assim mais impulso para que o trabalho fosse realidade.
Alberto Nunes disse que depois a Agencia Nacional de Águas e Saneamento (ANAS) enviou um técnico, que realizou estudo e confirmou a existência de água, mas identificou um sítio mais abaixo, cerca de 400 metros do lugar marcado pelo vedor, mas problemas de comunicação levou que a execução do furo acontecesse no ponto marcado pelo vedor, já que a autarquia não teve acesso ao relatório do técnico de ANAS.
Este disse que o sítio onde começou a execução do furo tem água, mas a uma profundidade maior do que o ponto indicado pela ANAS, estando as obras paralisadas para que as entidades analisem a melhor solução.
Contudo, no caso de sua deslocação para o segundo ponto, todo o investimento feito será perdido.
Até este momento foram perfurados perto de 110 metros com alguns custos e por isso estão a analisar a melhor solução.
Alberto Nunes avança que o responsável da empresa Águabrava sugeriu a mudança do sítio tendo em conta a realização de vários furos, que o custo de bombagem é “muito elevado”, aspectos que estão igualmente a ser equacionados antes da retoma dos trabalhos de execução de furo, que ainda não dispõe de uma data indicativa.
Caso venha a optar pelo segundo sítio, a questão do acesso vai ser assumido pela autarquia, pois segundo Alberto Nunes, o sitio não é muito difícil e a câmara como principal interessada está em condições de construir o acesso.
Independentemente da decisão de execução do furo em outro sítio de Santa Catarina ou em São Filipe, os autarcas da ilha estão empenhados já que no quadro dos planos estratégicos de desenvolvimentos dos três municípios, a água é um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) consagrados porque a partir da água pode-se desenvolver a agricultura e as famílias passam a dispor de mais água.
Com a execução do furo e confirmando a existência de água, o município de Santa Catarina, que actualmente é abastecido através de furos de prospecção de água situados na parte sul de São Filipe, vai passar a ser abastecido pela água a partir desse furo.
Inforpress/Fim