O Centro de Formação Profissional de Ponta Verde, construído pela Associação Água para Viver e transferido para o Estado de Cabo Verde em Janeiro último, reabre no final do mês após oito anos de inactividade.
O centro, localizado em Ponta Verde, zona norte de São Filipe, com construção e equipamento suportados pela associação, entrou em funcionamento em 2006 e, durante cinco anos, formou algumas centenas de jovens nas áreas de carpintaria, electricidade, canalização e serralharia/alumínio.
Vai retomar as actividades formativas a partir do dia 27, com iniciação dos cursos nas áreas de serralharia/alumínio, electricidade e canalização.
Com a sua transferência para o Estado, o centro passou a ser gerida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), através do Centro de Emprego e Formação Profissional.
Segundo o director António Cardoso, neste momento está-se na fase de realização de entrevistas para seleccionar os formando para cada um dos três cursos, serralharia e alumínio, electricidade e canalização.
Existe ainda a possibilidade de abertura, num segundo momento, do curso de carpintaria, devido a um “crescimento exponencial” do número de inscritos.
Para os cursos de carpintaria e canalização, o perfil exigido é o 6º ano de escolaridade, e para os de serralharia e alumínio e electricidade o perfil de entrada é o 8º ano de escolaridade, porque demanda o conhecimento de física, com perspectiva de uma média de 22 formandos por turma.
Devido a remanescentes das demandas para o segundo semestre perspectiva a abertura de um curso de gestão agro-pecuário que vai dar resposta à zona de Ponta Verde “e não só”, observando que estas formações tem a duração de mil a mil e duzentas horas, entre 12 a 14 meses, incluindo os estágios curriculares.
Todos os cursos ministrados pelo IEFP são pagos, mas neste momento esta instituição está a praticar uma política de discriminação positiva para atender o público-alvo que ciclicamente tem sido deixado de fora, que são os jovens com sexta classe.
No âmbito da política pública definida a nível central, e em concertação com autoridades e parceiros locais, nomeadamente as câmaras municipais, que são parceiros, o centro está a fazer um “trabalho positivo de discriminação”, em que os formandos vão ter financiamento.
Assim, 80 por cento (%) dos formandos do centro de Ponta Verde poderá beneficiar de financiamento do Fundo Nacional de Bolsas de Estudos, mas há compromisso de financiamento de transporte para os formandos, pela Câmara Municipal de São Filipe, mas a Associação Água para Viver, a ONG Portuguesa Esdime e a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) já disponibilizaram em financiar o pagamento de propinas de parte dos formandos.
Segundo o director do centro de emprego, a Delegação do MAA juntamente com outros parceiros vai financiar “um bom número” de propinas, porque o curso de canalização tem duas vertentes, canalização predial e canalização para irrigação, e os formandos vão apoiar na instalação de projectos de irrigação na ilha do Fogo.
Além de Ponta Verde e a nível de São Filipe, durante o mês de Maio, o IEFP prevê dar início a mais três acções de formação, nas áreas de electricidade (montagem e manutenção de instalações eléctricas industriais de baixa tensão) e duas acções de formação de formadores (São Filipe e Mosteiros) e para o próximo mês de Junho a abertura de mais dois cursos, pintura de construção civil e cozinha e pastelaria.
Para estes cursos, com excepção de electricidade (montagem e manutenção de instalações eléctricas industriais de baixa tensão) cujo perfil de entrada exige o mínimo de 11º ano de escolaridade, os demais são exigidos escolaridade a partir do e sexto ano de escolaridade no quadro da política de inserção, oportunidade e acessibilidade a um publico que tem sido excluído.
Neste momento está a decorrer no centro de emprego e formação profissional de São Filipe quatro acções formativas, nomeadamente contabilidade e gestão e secretariado e apoio à direcção (nível V), gestão de pequenas empresas (nível IV) e de cozinha.
Para a próxima semana o centro de emprego que cobre a vizinha ilha Brava, inicia o ciclo de entrevistas com formando daquela ilha visando a abertura, pela primeira vez, de cursos capacitação na transformação do pescado, para a população de Lomba Tantum, e de técnicas e praticas de atendimento público e de cozinha.
Com relação ao centro de Ponta Verde, a associação, recorda-se, terá investido cerca de 50 mil contos nesta infra-estrutura, desde a construção, ampliação e equipamentos para as diferentes áreas de formação.
Dispõe de alvará para realização de acção de formação profissional e as condições físicas, nomeadamente quatro salas de formação e um salão que pode ser usado para outros fins, e equipamentos para quatro áreas formativas: electricidade, canalização, carpintaria e serralharia e alumínio).
Inforpress/Fim