A delegação do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) para a região Fogo/Brava recebeu, nos dois primeiros meses de 2019, um total de 11 denúncias de abusos sexuais registadas nas duas ilhas.
Uma fonte do ICCA indicou que no mês de Janeiro o instituto recebeu quatro denúncias e no mês de Fevereiro um total de seis, totalizando dez casos a nível da ilha do Fogo, e uma denúncia da ilha Brava, no mês de Fevereiro, sendo que só nos dois primeiros meses de 2019 registou-se cerca de um terço do total dos casos ocorridos nas duas ilhas em 2018.
Todas as denúncias registadas pela delegação regional do ICCA foram encaminhadas para o Ministério Público para investigação e acompanhamento, sendo que dos casos de abuso sexual reportados este ano, encontram-se duas situações de gravidez precoce na mesma localidade, sendo as vítimas uma adolescente com idade inferior a 14 anos e outra que já completou os 14 anos.
Esta situação é considerada pelo ICCA como “preocupante”, já que no passado registaram outros casos similares na mesma localidade.
Contrariamente ao que circula na rua de que uma das adolescentes teria apontado várias pessoas envolvidas, a fonte do ICCA indica que desconhece este facto e que, pelo menos, na primeira abordagem não identificou várias pessoas, ajuntando que talvez tenha feito esta referência ao Ministério Público para onde o caso foi remetido para a investigação.
A delegação do ICCA na região atendeu no ano passado perto de 700 casos, sendo 504 casos na ilha do Fogo e 187 na ilha Brava, dos quais 36 casos eram de abusos sexuais, 31 na ilha do Fogo e cinco na ilha Brava, uma média de três casos por mês.
Em termos estatísticos a percentagem em relação aos demais tipos de denúncia pode ser considerada baixo, mas tratando de casos de abuso sexual e ter 36 casos num ano continua, segundo a mesma fonte, sendo “preocupante”.
A maioria dos casos reportados e atendidos pela delegação do ICCA está relacionada com a solicitação de fixação de pensão de alimentos, refere a fonte.
Inforpress/Fim