O Hospital Regional São Francisco de Assis pretende, em articulação com o Ministério da Saúde, Hospital Agostinho Neto e outros parceiros, dinamizar e criar condições para que este hospital tenha o serviço de ortopedia.
O director do Hospital Regional São Francisco de Assis, Evandro Monteiro, disse à Inforpress que estão sendo criadas condições para que “pouco a pouco” o hospital comece a dar respostas nas áreas de especialidade, nomeadamente de ortopedia, que representa, neste momento, entre 40 a 50 por cento (%) dos pacientes transferidos de urgência para o hospital central da Praia.
É nesta óptica, sintetizou, que se pretende este engajamento com o objectivo de diminuir as transferências com respostas locais.
A necessidade de se ter um especialista na área de ortopedia foi discutida com o próprio ministério, mostrando o porque dessa necessidade, havendo “uma sensibilidade do Ministério da Saúde neste sentido”, razão pela qual o director deste estabelecimento hospitalar disse acreditar que “a curto prazo” pode ter um especialista na área de ortopedia para a região Fogo/Brava.
Segundo aquele responsável, é na procura de respostas para as várias especialidades que a direcção do hospital tem estabelecido parcerias com instituições e especialistas para apoiar a estrutura sanitária.
Neste quadro estão na região Fogo/Brava três especialistas italianos nas áreas de otorrinolaringologia, endoscopia digestiva alta e baixa e gastrenterologia e um gineco-obstetra que segundo o directo do hospital atenderam pessoas que precisavam de cuidados nessas especialidades e ajudaram a diminuir a lista de espera.
Em pouco mais de uma semana, referiu, foram atendidas “mais de centena e meia de pacientes”, uma média de 30 a 40 pessoas/dia, incluindo audiometria, na especialidade de otorrinolaringologia, e entre 10 a 15 pessoas na área de endoscopia digestiva alta e algumas abordagens cirúrgicas, tendo-se registados alguns “casos interessantes” diagnosticados, para além dos habituais.
Segundo o mesmo, patologias inflamatórias infectivas do ouvido, garganta e do nariz mas também foram diagnosticados alguns casos suspeitos de processos neoplásicos (câncer) na área de otorrino, enquanto a nível de endoscopia e gastrenterologia, o hospital deu prioridades às necessidades, sobretudo ao exame, tendo o especialista observado um paciente que foi transferido da ilha Brava.
Além dos três especialista italianos, o hospital recebeu nos últimos dias a colaboração de três especialistas nacionais, das áreas de dermatologista, cardiologia e um ortotraumatologista, observando que o cardiologista, além das consultas de especialidades, realizou exames e interpretação de electrocardiograma e ecocardiografia.
Da mesma forma auxiliou o hospital no atendimento dos pacientes internados e as pessoas com algumas infecções cardíacas e que devem passar por processos cirúrgicos.
Quanto a vinda do ortopedista, Evandro Monteiro indicou que é a especialidade em que o hospital tem maior deficiência e por isso representa uma mais-valia, tendo em conta “toda a dinâmica” que a ilha e a região sanitária têm de patologias de fórum ortotraumatologico.
No sábado os especialistas italianos deslocaram-se, pela primeira vez, à ilha Brava para durante dois dias úteis desenvolver actividades, sendo que o otorrino está munido de um aparelho audiométrico portátil para realização de exames e no final vai oferecer o mesmo aparelho à estrutura de saúde.
Este técnico vai também ministrar uma capacitação aos enfermeiros do hospital para que estejam preparados para a realização dos exames, devendo no futuro a referida capacitação ser reforçada.
O hospital foi agraciado com um aparelho de detenção das veias para o serviço de pediatria, de que necessitava, uma oferta da Enapor e cuja entrega ocorre na próxima semana, tendo aproveitado para agradecer a “oportuna e importante” oferta, que fazia “muita falta” ao serviço do hospital.
Inforpress/Fim