O ministro dos Transportes afirmou hoje, no Mindelo, que “percalços pelo caminho”, relacionados com reclamações de alguns concorrentes, inviabilizaram a assinatura do contrato ainda este ano, indicando o 1º trimestre de 2019 como nova data.
José Gonçalves, em declarações à imprensa, na manhã de hoje, no cais de cabotagem do Porto Grande, referiu que o contrato de concessão com a Transisular, de serviço público de transporte marítimo de passageiros e cargas, encontra-se ainda em fase de discussão, “mas bastante avançada”, para se conformar a todos os requisitos do caderno de encargo.
A 13 de Novembro, aquando da visita que efectuara às embarcações Kriola e Sotavento, atracadas ao Porto Grande após reparação nos estaleiros navais da Cabnave, José Gonçalves deixara a promessa da assinatura do contrato de concessão “ainda antes do final do corrente ano” para o Governo “arrancar 2019” com a “solução pretendida”.
“Queríamos ter a solução fechada em 2019, mas não vai ser possível porque perdemos meses por causa das reclamações, e é por isso que não posso precisar uma data, mas que não deve andar longe do primeiro trimestre de 2019”, precisou o governante.
“Estou confiante que sim, a não ser que surja um outro imprevisto”, enfatizou, num processo que, neste momento, é liderado pelo Ministério das Finanças, como referiu.
Hoje, o ministro assistiu à chegada do ferry-boat Kriola ao Porto Grande, vindo do Porto Novo, numa altura em que o navio retoma a carreira que fez no passado na linha Santo Antão/São Vicente/São Nicolau/Praia.
“Com os três navios da Fast Ferry a navegar em simultâneo, a ideia é complementar com o resto das embarcações que estão a operar e ter melhor distribuições entre as ilhas com esses meios”, anotou o ministro, já que, frisou, a solução parcelar que cada um cobre uma pequena parte deixa espaços entre tantos.
“E é isso que queremos evitar com o contrato de concessão única para assegurar a unidade do mercado, a segurança, com maior frequência e conforto”, finalizou.
O ministro José Gonçalves foi ainda questionado pelos jornalistas sobre a manifestação do Movimento Sokols, da semana passada, e a problemática dos voos da Cabo Verde Airlines de e para São Vicente.
José Gonçalves referiu que o chefe do Governo já se pronunciou sobre a matéria, mas mesmo assim, reforçou que o executivo encontra-se a trabalhar “de perto com a Cabo Verde Airlines” no sentido de “analisar as condições de se poder realmente servir São Vicente”.
“Não queremos que nenhuma ilha fique prejudicada e o Governo quer fazer o melhor possível, mas há limitações, e se não fosse pelos problemas conjunturais de custo elevados da falta de aviões adequados, todas as ilhas seriam servidas”, concretizou.
Questionado se acredita que São Vicente está a ser penalizado com a questão dos transportes aéreos, José Gonçalves disse que “todo o Cabo Verde está a ser penalizado”, porque “não há serviços satisfatórios” em todas as ilhas, “algumas até que não têm aeroporto e outras com aeroportos muito limitados”, como São Vicente, precisou.
“Se o aeroporto de São Vicente não fosse tão limitado haveria melhor serviço, pois pelas condições de orografia, obstáculos e outras dificuldades não pode funcionar como deve ser e isto é uma limitação que dificulta o transporte internacional”, lançou José Gonçalves, que, pressionado por uma assessora, que insistia que o assunto da conversa era o navio Kriola, já não respondeu a outras questões dos jornalistas.
Inforpress/Fim