O grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), de Portugal, vai vender as suas acções no Banco Comercial do Atlântico (BCA) e permanecer no Banco Interatlântico (BI), por ser um banco de empresas e onde detém 70% do capital.
A Informação foi avançada hoje, na Cidade da Praia, pelo presidente do Conselho de Administração, Paulo Macedo, que se encontra na Cidade da Praia para uma visita de trabalho e dar a conhecer às autoridades cabo-verdianas a decisão de alienar a participação da Caixa no BCA.
Paulo Macedo justifica a decisão com a necessidade de racionalizar a presença do CGD nas instituições bancárias.
“A CGD é accionista de dois importantes bancos em Cabo Verde e tem uma larga quota do mercado. Há anos que se discute como é que essa racionalização se podia fazer, designadamente se poderá haver uma fusão, ou uma venda ou qualquer outro método”, explicou.
Para já foi afastada a fusão, já que, segundo adiantou, isso levaria a possibilidade de despedimento dos trabalhadores e optou-se pela venda do BCA, devendo o grupo manter-se no BI, que um é banco de empresas.
“O nosso entendimento é que o BCA é um banco pujante, virado para generalidade da economia cabo-verdiana. É um banco mais virado para dentro, enquanto o Banco Interatlântico é um banco de empresas que nós queremos que seja cada vez mais virado para fora”, disse
Paulo Macedo, depois de um encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
O presidente do Conselho de Administração do CGD reafirmou o compromisso da instituição com a economia local e o desenvolvimento de Cabo Verde e garantiu um processo sereno, com a manutenção dos postos de trabalho e todas as garantias aos depositantes.
“E uma opção que apenas será efectuada caso as autoridades aceitem o eventual comprador”, disse, indicando que o Banco Central de Cabo Verde ter um papel importante que diz respeito à avaliação da instituição que venha a ser escolhida pelo grupo português.
“Será um processo transparente e aberto ao mercado, que venha a ser uma instituição que é passível de ser avaliada como positiva para a economia cabo-verdiana e para o desenvolvimento do sistema financeiro cabo-verdiano”, adiantou.
Questionado sobre as propostas já recebidas, Paulo Macedo disse que o processo não está sequer iniciado.
O capital social do BCA ascende a 1.324 milhões e 765 mil escudos e conforme o relatório de 2017 o agrupamento CGD/Interatlântico ascende a um total de 52,65% do capital. O INPS tem 12,54%, a CGD 6,76%, a Garantia 5,76%, a ASA 2,17%, os trabalhadores 2,07% e outros accionistas 18,05%.
Para além do encontro com o primeiro-ministro, a administração do CGD manteve um encontro com o Vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e com o Governador do Banco Cabo Verde, João Serra.
Reuniu-se ainda com os responsáveis de ambas as instituições, com os restantes accionistas nas instituições bancárias.
Inforpress/fim