O Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) vai limitar a disponibilidade de água aos agricultores em função da superfície irrigada e necessidade das plantas durante o ciclo produtivo.
A informação foi avançada quinta-feira, pelo director-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, José Teixeira, que termina hoje uma visita às ilhas do Fogo e Brava.
O responsável explicou, em conferência de imprensa, que o ministério efectou um levantamento topográfico e cadastro de todas as parcelas irrigadas e de todos os agricultores para poder fechar o número de agricultores existentes, evitando o futuro aumento de área irrigada e de surgimento de novas parcelas.
Informou que a disponibilidade da água para rega será feita em função da área irrigada, não podendo, assim, beneficiar mais agricultores ou aumentar área cultivada, sabendo que não há mais disponibilidade de água.
José Teixeira esclareceu que o MAA vai fazer o reajuste porque existem agricultores com superfície muito grande e há necessidade de socializar com eles, explicando porque tem de utilizar uma determinada superfície.
Apesar de reconhecer que é difícil dizer aos agricultores para reduzirem a área, director-geral da Agricultura considera ser uma medida que tem de ser adoptada, e para tal, o ministério vai dar orientação técnica com base num cálculo em função da superfície.
José Teixeira disse que o ministério vai usar o conhecimento técnico tendo em conta a área que normalmente o agricultor cultiva e a exigência média de metros cúbicos de água/dia que necessita para fazer os cálculos e atribuir uma certa quantia mensal.
Disse que na próxima semana, com base no cadastro e levantamento topográfico das parcelas irrigadas e agricultores existentes, vai-se actualizar a lista e informar a cada agricultor qual é a quantidade de água que vai receber, sendo que essas informações serão fornecidas à empresa Águabrava, para enquanto gestora de água para agricultura, poder fazer o necessário controlo.
Quanto a gestão, este indicou que a mesma foi assumida plenamente pela Águabrava que é a empresa com licença para exploração de água, com conhecimento e um sistema capaz de fazer manutenção do sistema, indicando que ela terá toda a responsabilidade de gestão de água, incluindo a gestão de água do furo subterrâneo para abastecimento da população de Chã das Caldeiras.
José Teixeira afirmou que há um processo anterior que consistia em que a delegação do MAA geria uma parte de água para agricultura e a Águabrava uma outra parte, adiantando que o processo foi unificado e a empresa passa a gerir á água, tendo a delegação do Ministério emitido mais de uma centena de declarações aos agricultores para que possam fazer novo contrato com a Águabrava.
Segundo o responsável, no encontro tido com a Águabrava e as três câmaras da ilha, todos manifestaram que a passagem da gestão da água para esta empresa foi a melhor opção, e as câmaras, enquanto donas da empresa, comprometeram-se a tudo fazer para sensibilizar os agricultores neste sentido.
José Teixeira disse que os agricultores tinham até 01 de Agosto para transitarem para a Águabrava, mas que o ministério vai fazer uma segunda notificação para transitarem, porque este departamento governamental vai desengajar-se do processo.
Quanto ao preço de água para agricultura, disse que existem alguns elementos que vão ser analisados juntamente com a Águabrava e os presidentes das câmaras para harmonizar o valor que o agricultor vai pagar, anotando que essas informações serão tornadas publicas no início da próxima semana.
Segundo o mesmo, neste processo foi separada a questão das dividas anteriores, e que são avultadas, para não atrapalhar o processo de melhoria do sistema na zona sul, indicando que do encontro com os agricultores depreende-se que reclamam mais da rotura no fornecimento de água do que do próprio preço.
Neste momento, com a passagem da gestão para Águabrava os agricultores da zona sul da ilha, incluindo a vinha de Maria Chaves, dispõem de 680 metros cúbicos de água/dia.
Em relação a vinha de Maria Chaves adiantou que já está ligada à rede de água e faz parte de toda a área utilizada para agricultura cadastrada, indicando que a solução encontrada foi elevar a água até onde a pressão permite e a partir dai a própria vinha faz a bombagem até o seu perímetro.
Inforpress