Um grupo de 15 horticultores de Ramos Inglês “Raminglesa” manifesta, em abaixo-assinado, o seu descontentamento com o processo de transferência do processo de fornecimento e gestão de água para a Aguabrava e consequente aumento do preço.
No documento, os horticultores da zona sul de São Filipe, na ilha do Fogo, indicam que a transferência de gestão se processa sem consentimento e acordo entre os agricultores, a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) e a empresa intermunicipal Aguabrava.
Este facto, segundo os mesmos, subverte todo o processo pré-negocial e contraria as garantias dadas pelo ministro da Agricultura, o edil de São Filipe e o responsável da Aguabrava, num encontro realizado a 15 de Maio último.
Na ocasião, o ministro Gilberto Silva, segundo os horticultores, garantira que o preço de água para agricultura não seria aumentado para além dos 55 escudos metro cúbico.
No entanto, na reunião de 21 de Julho, foram informados pelo delegado do MAA e representante da Aguabrava de que a partir de 01 de Agosto, o preço passará a ser de 70 escudos, um aumento de 27 por cento (%), sem contar com a taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
No documento, os horticultores reconhecem que para os que pagavam 110 escudos, a partir de 01 de Agosto, beneficiam de uma diminuição na ordem dos 39%, passando de 110 para 70 escudos metro cúbico, mas indicam que “não basta considerar essa diminuição como relevante e importante porque beneficia um número muito reduzido de agricultores”.
Além de aumentar o preço da água, referem os horticultores de Ramos Inglês, o MAA, com o processo de transferência da gestão “obriga os agricultores a celebrar um novo contrato de fornecimento com a Águabrava no valor de 12 mil escudos a partir de 01 de Agosto”, mesmo para aqueles que já usufruíam de água na rede e que já dispõe de um processo e de contador instalado nas suas parcelas.
Embora reconheçam que a exploração da água na ilha acarreta algum custo, os horticultores afirmam que não podem ser prejudicados, suportando os custos de água e ainda competir com os das outras ilhas.
Os subscritores do documento dizem que não podem suportar “qualquer aumento para além dos 55 escudos incluindo a taxa de IVA” e pedem um posicionamento do ministro da Agricultura nesta matéria.
Com Inforpress