O Instituto de Estudos da Macaronésia (IEMAC) propôs hoje a criação de soluções de longo prazo para a produção de água em Cabo Verde, através do uso das energias renováveis em contexto de economia circular.
Para debater essa proposta, o instituto organizou hoje, na Cidade da Praia, o workshop sobre “Consumo de água para uso doméstico e para a agricultura em contexto de seca severa”, num momento em que o país enfrenta um cenário de escassez hídrica.
Segundo a presidente do IEMAC, Fátima Monteiro, o encontro acontece no âmbito do programa de uma missão integrada por investigadores da Universidade de Coventry, do Reino Unido, que estão em Cabo Verde para apresentar o Projecto de Promoção do Acesso, Integridade, Capacitação, Direitos e Resiliência em Água e Saneamento (Pro-Water CV).
Neste sentido, os investigadores que integram o Instituto de Estudos da Macaronésia vão promover a criação de uma força tarefa encarregue de criar soluções de longo prazo, para a produção e utilização de água em Cabo Verde, através do uso das energias renováveis.
“Cabo Verde está a atravessar uma situação bastante crítica em relação a quantidade de água disponível para consumo, seja a nível doméstico, seja para a agricultura, sobretudo, mas é preciso que se encontre uma solução para esta questão, porque a água utilizada tem vindo dos lenções subterrâneos que está a atingir os seus limites”, explicou Fátima Monteiro.
A ideia, precisou a responsável, é propor soluções alternativas para produção de água através das energias renováveis, de modo a permitir a dessalinização de água menos dispendiosa do que tem sido até agora, esclarecendo que a função do IEMAC é ajudar a desenhar um plano que possa permitir ao Governo reformular o plano estratégico para a produção e uso desse líquido.
Fátima Monteiro prevê que, em Setembro, a proposta do plano estratégico esteja pronta para a ser analisada, para a seguir, no início do próximo ano, começar a implementar o projecto.
Em relação ao assunto, José Pedro Duarte Fonseca, investigador do IEMAC, considerou que a melhor solução seria a “acoplar as energias renováveis à dessalinização de água”, mais precisamente a energia das ondas do mar, por ser “muito mais consistente e muito mais intensa, já que existe durante o ano inteiro”.
O Instituto de Estudos da Macaronésia foi criado em 2016, e integra investigadores de várias partes do mundo e se dedica à investigação e identificação de soluções para responder aos problemas que se colocam à região da Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde), nos domínios do ambiente e energia, economia e segurança marítima e cultura e património.
Com Inforpress