A Associação Fogo Solidário (Afosol), em parceria com Associação dos Pescadores (Copesca), procedeu na manhã de hoje à entrega de um conjunto de materiais e equipamentos de pesca, no valor de mais de 800 contos, financiados pelas autoridades alemãs.
Do donativo constam, dois motores para embarcações de boca aberta, um contentor para conserva de peixes, aquisição de um bote devidamente licenciado e reparação de outras três embarcações, cordas, linhas de pescas e anzóis, que destinam-se a um grupo de pescadores que fazem parte da associação de pescadores de São Filipe.
Na ocasião da entrega dos materiais e equipamentos, os pescadores agradeceram a Afosol e a Copesca, sublinhando que o pouco material disponibilizado é de grande utilidade para a melhoria das suas actividades.
Para o presidente do conselho directivo da Afosol, uma organização não-governamental, Eugénio Veiga, hoje é um dia histórico para os pescadores de São Filipe e formulou votos para que estejam cada vez mais determinados e engajados no processo de desenvolvimento da pesca.
“Esperamos que este pequeno gesto permita a melhoria de qualidade de vida”, disse, observando que este é o segundo projecto no sector da pesca realizado na ilha do Fogo e o terceiro na região Fogo/Brava, sendo que este último em articulação com Copesca.
Eugénio Veiga disse que a perspectiva é pensar num projecto idêntico para Mosteiros, onde segundo ele, as embarcações estão muito degradadas e será elaborado um projecto para melhoria das mesmas além de outras vertentes.
No dizer de Eugénio Veiga, nos anos de crise, a vida passa a ser encarada de outra natureza, e a pesca artesanal devia ser acarinhada, assim como a criação de condições para que a associação existente dê um passo em frente na promoção da pesca semi-industrial.
“A pesca, se devidamente valorizada, pode ombrear com o turismo no processo de desenvolvimento de Cabo Verde e da ilha do Fogo, com uma diferença positiva, porque o turismo depende da vinda das pessoas e a pesca não, porque o peixe existe e se não for apanhado aqui é apanhado em outros sítios”, disse o responsável.
Para Eugénio Veiga, a visão do desenvolvimento do país deve ser repensada e não entende que, no momento de crise, se limita a actividades de pesca artesanal com a não atribuição de licença a embarcações construídas.
Considerou “uma aberração de desenvolvimento” limitar licenciamento de botes, observando que, por causa disso, o projecto foi obrigado a comprar um bote, nos Mosteiros, com a respectiva licença para poder operar.
Com Inforpress