sexta-feira, 22 novembro 2024

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Responsável do agrupamento de queijo no Fogo reclama retoma urgente da distribuição de vales cheques aos criadores

O presidente do agrupamento de queijo da ilha do Fogo, Manuel Mendes, defendeu hoje a retoma urgente na distribuição de vales cheques aos grandes criadores de gado para não pôr em causa a produção futura de queijo.

Conforme realçou Manuel Mendes, desde meados de Março que se regista uma suspensão na distribuição de vales cheques aos criadores da ilha, lembrando que os grandes criadores e pastores já utilizaram os vales cheques que lhes foram atribuídos no âmbito do programa de mitigação dos efeitos da seca e salvamento de gados, lançado pelo Governo.

“Os criadores já consumiram os anteriores vales cheques desde o mês de Março e não tem havido mais distribuição. Caso existirem ainda vales cheques na posse de algumas pessoas, são aquelas que não têm poder de compra para adquirir a ração”, advertiu o responsável sublinhando que os pastores e criadores que têm muitos animais, de onde retiram os seus rendimentos, já não dispõem de um único vale cheque.

Segundo Manuel Mendes, a falta de vales cheques tem limitado os criadores na aquisição de ração, notando que esta situação tem tido reflexos na produção de leite e do próprio queijo, porque os pastos estão a diminuir drasticamente e este é o período em que o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) devia ser mais interventivo no terreno e “não deixar os criadores ao Deus dará”.

“Não há ninguém para dar uma satisfação e explicação sobre a não distribuição de vales cheques, ou se há uma previsão para a retoma”, disse, sublinhando que os criadores são obrigados a comprar cada saco de ração 400 escudos mais caro”.

Explicou, por outro lado, que de Maio a Agosto é o momento mais crítico para os criadores, pelo que o MAA devia ser mais interventivo na distribuição de vales cheques.

Mais de meia centena de grandes pastores/criadores das zonas entre Cutelo Capado e Achada Furna, área de maior concentração do efectivo caprino, estão nesta situação e apesar de grande consumo da ração não têm recebido vales cheques, lembrou Manuel Mendes, alertando para esta situação, uma vez que o delegado do MAA se encontra de férias, e o seu substituto encontra-se também ausente neste momento.

No que concerne ao agrupamento de queijo da ilha do Fogo, Manuel Mendes, eleito há cerca de três semanas, disse que esta instituição é integrada pelos grandes produtores de queijo, no âmbito do programa “clauster de queijo”, financiado pela União Europeia, com a consultoria e apoio técnico assegurados pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI).

O agrupamento pretende aumentar a competitividade da cadeia de valor do queijo de cabra para melhorar as condições de vida dos pequenos criadores e produtores de queijo de cabra e promover o desenvolvimento local inclusivo e sustentável.

O mesmo, junta produtores para defenderem os interesses comuns em matéria de queijo e trabalhar para alavancar este sector, através de investimento em equipamentos e formação de produtores, sendo que o primeiro lote de equipamentos está prestes a chegar a ilha, conforme observou Manuel Mendes.

O responsável pelo agrupamento que na semana passada esteve na ilha do Sal a apresentar, junto da Câmara do Turismo e operadores turístico da ilha, as ideias e obejctivos do projecto que tem duração de três anos, lembrou que na qualidade de presidente a sua responsabilidade é defender o interesse da ilha.

A Inforpress tentou ouvir a versão da Delegação do Fogo do MAA, mas não foi possível já que o delegado se encontra de férias e o seu substituto teve de se deslocar à Cidade da Praia.

Inforpress/Fim

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