O Sitthur considerou hoje que as medidas adoptadas para a reestruturação da TACV têm deixado consequências “extremamente violentas e dolorosas” para os trabalhadores, aumento considerável no preço dos bilhetes, enquanto a população fica “desamparada” em caso de emergência.
Em conferência de imprensa esta manhã, na sua sede, na Praia, o presidente do Sindicato dos Transportes, Telecomunicações, Imobiliária e Turismo (Sitthur), exortou o Governo a recuar nas medidas adoptadas com a reestruturação da TACV (Cabo Verde Airlines), por considerar “extremamente negativos” os resultados.
Carlos Lopes disse que volvido um ano da data em que o Governo tinha anunciado as medidas de reestruturação desta operadora aérea, o país passou a ter um regime de monopólio interno que resultou no aumento “dos preços de bilhetes a custos proibitivos”, e que “os únicos beneficiários” desta reestruturação são as operadoras Binter e Icelander.
“A TACV Internacional deixou o tráfego nacional, a partir da Praia para destinos importantes como são os países europeus e deixou de operar, também, para São Vicente, abandonando, os passageiros nacionais com destino à Europa e da Europa para Cabo Verde”, afirmou o sindicalista, para quem “reina um clima de grande desorientação a nível das relações laborais”.
Para Carlos Lopes, as medidas decorrentes desta reestruturação “só têm trazido prejuízos para o País, populações, economia e trabalhadores”, e justifica esta tese em como os operadores económicos de São Vicente reclamam com a supressão dos voos internacionais da TACV, assim como os de São Nicolau, face à “autêntica estagnação, senão mesmo o recuo no turismo”.
O sindicalista avançou que se regista ainda “o incumprimento por parte da administração dos Cabo Verde Airlines dos termos de memorando de entendimento rubricado com a Sitthur a 10 de Abril, relativamente às condições estabelecidas para a rescisão dos contratos de trabalho por mútuo acordo”.
O Sitthur recomendou ao Governo a “arrepiar caminho” fazendo regressar a TACV internacional à Praia e São Vicente, para os transportes dos passageiros nacionais e de mercadorias e, ao mesmo tempo, mandar repor os voos de ligação entre as ilhas do Sal e de São Vicente, com a ilha de São Nicolau.
No entender daquele representante sindical, o Governo deve exigir que “a Binter crie condições imediatas para o transporte de doentes evacuados das ilhas para os hospitais centrais”, sublinhando tratar-se de um serviço público que deve ser suportado pela única operadora existente a nível dos voos domésticos.
Relativamente à taxa de ocupação dos voos da companhia aérea nacional no Hub, a partir da ilha do Sal, Carlos Lopes disse que ainda é baixa, ressalvando que “não faz sentido menosprezar o tráfego aéreo na Cidade da Praia e São Vicente em detrimento de um “tráfego incerto”.
Com Inforpress