O escritor cabo-verdiano Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018, foi hoje anunciado, no Hotel Tivoli, em Lisboa, após reunião do júri.
Nascido em 1945 na ilha da Boa Vista e a viver actualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, estes dois últimos já adaptados para cinema.
“O fiel defunto” é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.
Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.
Germano Almeida, um dos escritores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca reagiu hoje à atribuição do Prémio Camões ao escritor cabo-verdiano, Germano Almeida, considerando que “não podia haver melhor notícia para o país, neste momento”.
“É uma óptima notícia para ele, para a literatura cabo-verdiana, para os escritores cabo-verdianos e para Cabo Verde” disse o Chefe de Estado destacando o facto de o Prémio Camões ser atribuído a um escritor cabo-verdiano numa altura em que Cabo Verde está prestes a assumir a presidência da CPLP.
Jorge Carlos Fonseca considerou que “é uma coincidência muito feliz”, sobretudo tendo em conta que Cabo Verde escolheu “a cultura, as pessoas e os oceanos” como temas centrais da sua presidência da organização e um prémio cultural “é um bom elemento do ponto de vista daquilo que virá a ser a cimeira da ilha do Sal”.
Segundo o Presidente da República, a atribuição do Prémio Camões a Germano Almeida “talvez fosse já esperada há muitos anos” e, tendo em conta que “só tínhamos um Prémio Camões, talvez nove anos tenha parecido pouco tempo”, mas desejou que “o próximo não demore tanto tempo”.
A exuberância na criatividade, o humor e a capacidade inventiva são as características que Jorge Carlos Fonseca destaca na escrita de Germano Almeida e refere-se ao facto de a atribuição coincidir com o momento em que o escritor se prepara para o lançamento de uma nova obra.
O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares(Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).
O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.
O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989 ao escritor Miguel Torga e em 2017 ao poeta Manuel Alegre.
Com Inforpress/Lusa