sexta-feira, 22 novembro 2024

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Fórum “saúde materno-infantil” promovido pela Universidade de Santiago

O fórum “saúde materno-infantil” realizado esta quarta-feira nos Mosteiros, pela Universidade de Santiago (US), permite reforçar o compromisso com esta problemática e definir seu estatuto e papel como parte da cadeia executiva da resolução dos desafios.

A afirmação é do edil dos Mosteiros, Carlos Fernandinho Teixeira ao discursar na abertura do evento, tendo realçado que ao longo dos mandatos, a edilidade tem colocado a questão da mulher, da infância e da saúde reprodutiva na ordem do dia, e que a Câmara dos Mosteiros “sempre esteve engajada nesta luta, em parceria com a Delegacia de Saúde local e o Ministério da Saúde”.

O encontro, segundo explicou o autarca, é para refletir e debater sobre a saúde materno-infantil, tema que muita atenção requisitou da sociedade cabo-verdiana aquando do exercício dos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio.

Na ocasião, Carlos Fernandinho Teixeira aproveitou para felicitar a classe de enfermagem que no dia 12 celebrou o Dia Internacional do Enfermeiro, tendo sublinhado que “não há dúvida de que Cabo Verde experimentou nestes quase 43 anos de país soberano, particularmente nos últimos 20 anos, uma significativa melhoria sanitária, com particular destaque para a saúde materno infantil”.

Entretanto, lembrou, a título de exemplo, que dados da Organização Mundial de Saúde colocam Cabo Verde com a mais baixa taxa africana da mortalidade infantil e da mortalidade materna.

“Se o quadro actual não nos envergonha, temos a convicção de que ele ainda está longe da nossa ambição. Um quadro mais promissor é possível, sobretudo se integrado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, disse o autarca, para quem não se poderá olhar para a evolução do país, em qualquer aspecto da vida económica, social ou política, sem ter em conta a saúde materno infantil, sem reconhecer a sua influência determinante, seja na promoção da saúde geral dos cabo-verdianos, seja no progresso futuro do país.

Para o mesmo, só um Cabo Verde saudável conseguirá actuar de forma resiliente perante os desafios que enfrenta das fragilidades económicas, das assimetrias regionais e das desigualdades sociais, tendo sublinhado que no concernente aos Mosteiros, apesar dos ganhos registados é urgente aumentar os recursos humanos, nomeadamente com a colocação de mais um médico, repondo assim a situação que existia.

Para o reitor da Universidade de Santiago, Gabriel Fernandes, debater a questão da saúde materno infantil é quase uma retoma, em outros moldes, do fórum de Santa Catarina, sobre a educação, observando que a saúde materno-infantil tem a ver com o futuro, com a melhoria das condições de vida e o bem-estar das pessoas, a capacitação dos sujeitos para assumir o seu próprio destino.

“O sujeito doente é um sujeito manietado que não consegue assumir cabalmente o seu papel, o sujeito cujas condições de vida não sejam as melhores, está limitado nas suas vivências”, afirma o reitor da US, para quem a saúde e a educação contribuem para o bem-estar, pois, “sem saúde somos praticamente ninguém e sem educação ficamos limitados enquanto sujeitos”.

Na sua perspectiva, em Cabo Verde, a saúde, assim como a educação, teve um período de letargia, notando que houve alguma suspeição sobre a saúde, mas que os indicadores apontam agora no sentido de uma melhoria considerável, tanto em termos de conceção como na forma como as pessoas lidam com tudo isso, e que graças aos ganhos obtidos, hoje a preocupação com as mulheres, deixou de estar confinado à reprodução (concepção e contracepção) mas com todos os ciclos da sua vida.

Por seu turno, o director do hospital regional “São Francisco de Assis” e da Região Sanitária Fogo e Brava, Evandro Monteiro, em representação do ministro da Saúde e Segurança Social, indicou que os valores que registam enquanto hospital regional e Região Sanitária convergem com os da Universidade de Santiago, que consistem em realizar actividades descentralizadas e em assumir uma posição nesta luta que é contínua e contígua.

Conforme realçou Evandro Monteiro, o engajamento de sinergias faz com que se possa alcançar os objectivos e almejar novos horizontes em prol de formação para a saúde.

“Na ilha do Fogo e na região temos um papel fundamental na defesa da saúde da mãe e da criança, pois, se queremos ter uma sociedade com visão de desenvolvimento saudável temos de apostar numa política virada para a melhoria das condições de saúde da mãe, mulheres, enquanto centro das atenções”, disse, notando que este é o indicador fundamental da qualidade de saúde numa determinada sociedade.

O fórum incidiu sobre dois painéis: o primeiro intitulado “os desafios dos cuidados à saúde da criança” que abordou “as principais patologias que afectam as crianças em Cabo Verde” e “as medidas protetivas da criança no contexto sociofamiliar”, e o segundo painel sobre “os desafios dos cuidados à saúde da mulher”, analisando a questão da “gravidez na adolescência, que riscos para a mãe”, “a violência na relação”, e “a transmissão do VIH de mãe para filho, em Cabo Verde: o desafio de eliminação, no horizonte de 2020”.

O evento realizou-se no quadro da IX edição do programa “rotas do arquipélago” que decorre desde o dia 13 de Maio na ilha do Fogo, estando previsto para dia 18, a realização de um terceiro em São Filipe sobre “competitividade e sustentabilidade turística na região Fogo e Brava”.

Com Inforpress

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