A assinatura do protocolo de cooperação e apresentação da candidatura das ilhas do Fogo e do Maio à reserva de biosfera marcam visita do ministro do Ambiente de Portugal à ilha do Fogo.
O ministro português chega esta terça-feira à ilha para uma visita de algumas horas devendo ser recebido pelo seu homólogo, Gilberto Silva que se encontra de visita à ilha desde domingo, 13.
Após uma visita ao presidente da Câmara Municipal de São Filipe, assina o protocolo de cooperação entre Portugal e Cabo Verde no domínio do Ambiente, além de assistir a apresentação do dossiê de formalização da candidatura das duas ilhas à reserva da biosfera da Unesco.
Depois do acto formal, que vai decorrer no Salão Nobre dos Paços do Concelho, João Pedro Matos e Gilberto Silva e as respectivas delegações efectuam uma visita a Chã das Caldeiras, antes do regresso à Cidade da Praia.
A ficha de candidatura de reserva de biosfera do Fogo e Maio “está avançado”, faltando alguma parte para ser preenchida, assim como algumas decisões a serem tomadas.
Na sua última visita à ilha do Fogo, no quadro da preparação da candidatura, o director nacional do Ambiente, Alexandre Rodrigues, afirmara que o trabalho técnico para incorporar alguns aspectos foram realizados junto das instituições e grupos de associações, e após a apresentação pública e formalização do processo a equipa responsável tem até Setembro para completar todo o dossiê relativo à reserva de biosfera para submeter a candidatura.
Alexandre Rodrigues disse que em relação a ilha do Fogo a reserva de biosfera terá três zonas, nomeadamente a zona núcleo (central), zona tampão e zona de transição, anotando que a proposta inicial era de todo o Parque Natural ser a zona núcleo, mas que tecnicamente está-se a discutir isso, porque a zona núcleo é considera de elevado grau de conservação e pode ter algumas actividades, mas de pouco impacto na biodiversidade e recursos naturais.
Com a discussão do zonamento, a ideia é retirar tudo que seja área agrícola da zona núcleo e deixar só a Bordeira e as escoadas de lavas na zona núcleo, passando a área de agricultura para a zona tampão e toda a parte exterior ficaria como zona de transição, sendo que o zonamento vai ser validado no encontro de quarta-feira.
A declaração de reserva de biosfera, no dizer do director nacional do Ambiente, tem algumas vantagens, sendo uma delas o facto de uma organização internacional com o gabarito de Unesco a reconhece o esforço do Governo em garantir um desenvolvimento sustentável dos recursos e a sua utilização de forma sustentável sem por em causa a degradação dos recursos.
Uma segunda vantagem indicada pelo director nacional do Ambiente é o facto de a reserva trazer uma compatibilização entre a própria estratégia de desenvolvimento que a ilha tem e conservação dos recursos, uma terceira será a capitalização de mais investimentos estrangeiros e diversificar fontes de financiamento para a ilha e uma quarta é a aposta na investigação, educação e desenvolvimento das pessoas.
Para além disso, refere Alexandre Rodrigues, como a categoria é atribuída por uma organização internacional, se não forem cumpridos os requisitos, a mesma pode ser retirada, o que segundo o mesmo cria uma pressão para implementar todas as medidas que estão previstas no processo.
Com Inforpress