O plano de salvaguarda do centro histórico da cidade em fase de elaboração através da parceria com Instituto de Património Cultural (IPC) estará concluído em Setembro e vai permitir corrigir as aberrações arquitectónicas que se encontram na cidade.
A garantia foi deixada pelo edil, Jorge Nogueira, no acto da abertura da conferência sobre “património urbano, do inventário à conservação, que desafio” realizado na tarde de sexta-feira, no quadro da Semana Nacional do Património Cultural.
“Com a independência nacional entrou a revolução do betão e o modelo da arquitectura colonial começou a ser radicalmente adulterado, fazendo prevalecer, em regra, o betão, desordenado e desorganizado”, disse o edil, observando que com a elaboração do plano pretende-se “inverter esse paradigma, introduzindo a cultura da recuperação, reabilitação e requalificação”.
Segundo Jorge Nogueira, é necessário ter capacidade de adaptar estratégias de intervenção que privilegie a reabilitação do edificado, a requalificação do espaço público e a revitalização socio-económica a partir de um forte investimento no sector turístico, na economia cultural e na actividade de sectores económicos.
Para o edil, é preciso estar ciente e consciente do estado da cidade e do seu centro histórico, anotando que do ponto de vista do património construído, é importante preservar os traços arquitectónicos de forma ainda visível e consistente, apesar de alguma degradação.
Como problemas para o centro histórico de São Filipe, Jorge Nogueira aponta a questão de alteração das funções, passando da função habitacional para instalações comerciais e de prestação de serviços, a perda da população residente e terciarização que começou a acentuar-se com surgimento de lojas, serviços administrativos e oficinas, alteração na estrutura etária da população residente, envelhecimento e degradação do parque habitacional, de entre outros.
“Apesar das potencialidades e dos seus atractivos, esses problemas no centro histórico tiveram como consequência uma actividade económica, cultural e recreativa que necessita de muita vitalidade”, afirmou o edil, indicando que a elaboração do plano de salvaguarda visa também dinamizar e revitalizar o centro histórico.
Para atingir este objectivo, indicou, o plano vai definir e regulamentar o papel comercial e de lazer, dando ao centro histórico a vocação comercial e turística, a recuperação do edificado, criação de novas actividades consentâneas com o carácter do centro, privilegiando espaço com instalação de centros criativos, públicos e privados.
Criação da quadra pedonal, espaço privilegiado para comércio e lazer, equipado por forma a vencer as limitações físicas e de mobilidade para pessoas com necessidades especiais, requalificação do piso, passeios, praças e jardins, criação das condições para que o museu municipal e Casa da Memória possam cumprir o papel de investigação, conservação e exposição de colecções que tenham um valor cultural, são outras valências que o plano de salvaguarda vai trazer ao centro histórico.
Com Inforpress