segunda-feira, 30 dezembro 2024

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Vinhos “Maria Chaves” vão ser exportados para Estados Unidos da América ainda no decurso deste ano

Os vinhos da adega Maria Chaves vão ser exportados ainda no decurso deste ano para o mercado dos Estados Unidos da América, disse a administradora geral da Associação de Solidariedade e Desenvolvimento (ASDE), Mária da Graça.

A informação foi revelada na quarta-feira, durante a visita que o novo Embaixador dos Estados Unidos da América em Cabo Verde, Jeff Daigle, efectou à adega Maria Chaves, para se inteirar de todo o processo de produção, como é colocado no mercado e aprender como foi esta experiência de começar a exportar para os EUA.

A administradora-geral da ASDE, que é proprietária da vinha e adega Maria Chaves, mostrou-se “muito honrada” com visita do diplomata, afirmando que para a adega constitui um estimulo, já que está em negociação com a comunidade emigrada nos Estados Unidos da América para exportação do vinho Maria Chaves para aquele país.
Maria da Graça adiantou que a adega tem tido todo o apoio da Embaixada e do programa AGOA para exportar.

Questionada para quando o envio da primeira remessa, Maria da Graça disse que “não há uma data fixada porque estão no processo de negociação e a ultimar todos os detalhes com um importador”, mas que acredita que em menos de um mês será enviada a primeira remessa de vinho.

“Estou certa de que em Dezembro, a comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos da América poderá deliciar o nosso vinho”, disse, indicando que serão exportados todos os tipos de vinho produzidos pela adega, desde branco, ao tinto, reserva, passadinha, pico do Fogo.

Como cabo-verdiana, Maria da Graça disse que fica orgulhosa porque o Fogo é uma ilha com tanto potencial e está a mostrar a Cabo Verde que é possível e que se trabalhar com força pode-se alcançar o mercado exterior.

A exportação, adiantou, poderá servir de estimulo aos outros produtores de vinho ou de outra actividade, de que não se devem contentar somente com o mercado nacional e podem ir mais além.

Acrescentou que isso representa também “perseverança, muita dedicação”, mas também “muita angústia”, porque, denunciou, em Cabo Verde tratar de “documentos é um problema e foi preciso ir até às mais altas instâncias para ter autorização para exportar e, por isso, o caminho foi longo, sinuoso, mas no fim valeu a pena”.

A adega Maria Chaves está a trabalhar para exportar para outros países, além dos Estados Unidos da América e neste momento está a negociar com um exportador na Alemanha e a equacionar a possibilidade da França, e a meta é atingir estes mercados no próximo ano.

Maria da Graça está consciente de que estes países têm uma tradição na produção de vinho, mas mostra-se confiante porque, observou, são países curiosos do que se faz no exterior e que gostam daquilo que é “estranho, exótico”, salientando que a adega tem um produto, que é biológico, razão porque acredita no sucesso do vinho Maria Chaves nestes mercados.

Neste momento, a adega tem pronto um novo produto, uma espécie de conhaque, feita a partir do bagaço de uva e que pretende colocar no mercado no principio do ano.

O Embaixador Jeff Daigle explicou que AGOA é um programa que dá oportunidade aos países africanos para exportarem os seus produtos para os EUA, sem taxas, ficando assim mais competitivo, sublinhando que o programa existe há vários anos, mas Cabo Verde não tem aproveitado esta oportunidade.

O diplomata ficou entusiasmado ao visitar a adega Maria Chaves por ser a primeira empresa no ramo da produção de vinho a fazer exportação para os Estados Unidos.

Além da adega Maria Chaves, na quarta-feira o embaixador visitou também a adega Chã das Caldeiras, uma cooperativa com 131 associados, onde se inteirou, igualmente, do processo de produção.

Ali, Jeff Daigle ficou a saber que a adega já tem autorização para exportar para os Estados Unidos da América, estando neste momento em processo negocial com dois empresários cabo-verdianos radicados naquele país, para efectivar a exportação.

Nesta quinta-feira, o embaixador vai visitar o município dos Mosteiros, tendo agendado, de entre outras acções, uma deslocação à adega Sodade, pertencente aos viticultores da zona sul dos Mosteiros, nomeadamente Achada Grande, Corvo e Relva.

Inforpress/Fim

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