A parte tradicional das festas da bandeira de São Filipe teve o seu inicio na tarde deta sexta-feira, com “pilon” (pilão) para triturar o milho para confeccionar xerém-de-festa, prato tradicional obrigatório nas festas de bandeira.
Segundo o ritual das bandeiras, a festa é anunciada por foguetes e começam com o pilão, tradição que foi respeitada pela Casa das Bandeiras, palco onde decorre quase todo o ritual da bandeira, incluindo o almoço do dia 01 de Maio, em homenagem ao Santo Filipe, o primeiro nome dado à ilha do Fogo.
No quintal da Casa das Bandeiras foi colocado um pilão à volta do qual trabalham, em simultâneo, três pessoas, na sua maioria mulheres, que num movimento ritmado e cadenciado, marcados pelo som e ritmo de canções apropriadas, do toque do tambor, do bater dos paus de colexa vão se triturando o milho para preparação do xerém, cenário que dura até a antevéspera do dia do Santo.
Várias pessoas que se encontram na ilha do Fogo para participar na festa da bandeira de São Filipe, que à semelhança das outras bandeiras, mais não é do que uma miscelânea do profano e do religioso, que resultou do encontro das culturas do branco europeu e do negro africano ao longo do processo de ocupação e povoamento, marcaram a presença no primeiro dia do pilão, participando no acto ou apenas para assistir este ritual.
O pilão contou com a presença do festeiro deste ano, João Mendes, descendentes de família da ilha do Fogo.
Sendo o festeiro originário de Cabeça do Monte (São Filipe) e descendentes da família “Mendes” e de “Rodrigues Pires”, no dia domingo, 29, será organizado um almoço na sua localidade para os familiares, o que além de representar mais uma descentralização da festa constitui um momento de encontro e convivência com os familiares, muitos dos quais não são conhecidos pelo festeiro.
Com Inforpress