A empresa Genius Água e Energia de Cabo Verde, filial da Genius Water (Itália) realizou esta semana uma pesquisa, com recursos a drones especiais para identificação de lençol aquífero na ilha do Fogo.
O responsável da Genius Água e Energia de Cabo Verde, com sede na ilha da Boa Vista, Franco Traverso, disse à Inforpress que os drones dispõem de equipamentos para identificar água subterrânea “de forma precisa” e, depois, com a maquinaria especial, poder fazer a prospecção de forma precisa e com as coordenadas determinadas, de modo a ter sucesso no resultado final.
A pesquisa decorreu em seis pontos diferentes da ilha, incluindo Chã das Caldeiras, e, segundo o mesmo, a equipa técnica está convencida de ter encontrado água nesta localidade.
A equipa regressa à Itália para trabalhar todos os dados para ter a certeza da profundidade e da posição exacta do lençol, estando agendado para meados de Maio uma missão técnica à ilha para confirmar as pesquisas e realizar novas, mas também iniciar a perfuração para exploração de água para agricultura e potável para consumo humano.
Com esta tecnologia, explicou, evita-se a realização de furos com percentagem de sucesso “muito baixo”, como aconteceu no passado.
Franco Traverso, que tem 40 anos de experiência no sector fotovoltaico, quer através da produção de painéis solares como no desenvolvimento de novas tecnologias e patentes, avançou que vai utilizar a energia solar para a exploração, bombagem e dessalinização da água, usando apenas painéis e sem baterias.
“A ilha do Fogo tem tanta água no seu subsolo, pode estar profunda e localizada em sítios particulares, mas com esta tecnologia de drone vamos encontrá-la explorá-la, e ajudar agricultores, criadores de gado, hotéis, indústrias e todos que utilizam de água”, disse a mesma fonte, que garante a resolução da problemática com fornecimento de água “de forma constante e em quantidade e qualidade”.
Com esta intervenção, assegurou, a ilha pode ter mais disponibilidade de água e vendê-la a um custo muito mais baixo, quer para consumo humano como para agricultura, aludiu o responsável da Genius Água e Energia CV.
Sublinhou que a empresa vai investir os seus próprios recursos e os agricultores
“não precisam fazer nada”, apenas celebrar contrato de longo prazo para que o projecto funcione por muito tempo.
A missão da Genius Água e Energia CV visitou alguns dos furos executados ano passado e que foram abandonados porque a água é salobra, sobretudo os que estão localizados junto do litoral em que a água do mar entra no subsolo e mistura com a água doce sem fazer o percurso inverso.
Este salientou que uma parte da água subterrânea é salobra, o que não permite uma agricultura sustentável porque, sustentou, o sal vai contaminar a cada dia a cultura, criando assim problemas.
Esta é a segunda missão da Genius Água e Energia CV à ilha do Fogo no espaço de menos de três meses.
No passado mês de Janeiro esteve na ilha e avistou-se com os presidentes das câmaras de São Filipe e de Santa Catarina e com administrador/delegado da Águabrava, tendo encontrado uma “disponibilidade de colaboração amplíssima” para trabalhar para produzir mais água a um custo inferior.
A Genius Água e Energia CV, filial da Genius Water, foi criada em 2018, na ilha da Boa Vista, para elaborar projecto no sector de energia, mas no ano passado decidiu mudar e concentrar actividade no sector da água, porque, explicou, entendeu que a água é “o problema número um” de Cabo Verde e nenhuma actividade agrícola, industrial ou pecuária pode desenvolver-se sem a água.
Assim, a empresa investiu na implementação do projecto de bombagem e de dessalinização de água para agricultura e consumo humano, e em Dezembro de 2020 executou um projecto que produz 75 metros cúbicos/dia de água potável e para agricultura na ilha da Boa Vista, projecto instalado em apenas 20 dias e que hoje fornece água à população da Povoação Velha.
Segundo Franco Traverso, este projecto é para ajudar os agricultores a praticar uma agricultura sustentável, não só do ponto de vista ambiental, porque todo o projecto é a base da energia solar e sem uso de baterias, para ter uma água de qualidade e constante.
Inforpress/Fim