As autarquias da ilha do Fogo estão engajadas e comprometidas com a “agenda de género – mulheres líderes para agenda 2030” e disponíveis para continuar a apoiar a coligação das mulheres da ilha na sua efectiva implementação.
Esta disponibilidade foi transmitida hoje pelo presidente da câmara de São Filipe e da associação dos municípios do Fogo, Nuias Silva, no acto de encerramento do projecto “agenda comum de género do Fogo – mulheres líderes para agenda 2030”.
O edil salientou que, além das autarquias, o Governo e os parceiros internacionais estão igualmente engajados com a agenda e prova disso é a participação na cerimónia do ministro da Família e Inclusão Social e do chefe do Escritório dos Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde Fernando Elísio e Steven Ursino, respectivamente.
Nuias Silva na sua intervenção apontou que quem viveu numa ilha como a do Fogo sabe a importância da colocação da questão do género em cima da mesa e, sobretudo, a importância para se encontrar uma plataforma de entendimento para a participação das mulheres na esfera do poder e nas esferas económica e social.
O presidente da câmara de São Filipe apontou que o facto de várias instituições do poder público central e local e das instituições internacionais que cooperam com o desenvolvimento do país demonstra “o grande alinhamento de Cabo Verde com a questão de género”, e, sobretudo, de que se está perante uma agenda verdadeiramente não partidária e que precisa ser acarinhada por todos.
Segundo o mesmo, a mulher, neste momento, é a parte do género que está sub-representada e é preciso que haja uma agenda e o enquadramento legal e institucional para empoderar as mulheres a assumirem uma representação igualitária com mais igualdade e equidade do género.
“Temos o grande desafio que é a implementação da agenda que pressupõe um trabalho coordenado para que as acções que estão identificadas na agenda possam ser implementadas”, referiu o autarca que apelou o Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade do Género (ICIEG) para, com apoio das instituições, instituir um comité de monitorização e pilotagem para a implementação da agenda, lembrando que “somos, muitas vezes, bons em diagnosticar e não na implementação”.
A presidente do ICIEG, Rosana Almeida, referiu que a sua instituição veio ao Fogo “orgulhosamente num momento ímpar para a história das questões do género”, juntando o Governo, todas as três câmaras da ilha, parceiros históricos de Cabo Verde para falar de uma questão que, hoje, sem ela não há desenvolvimento.
“Cabo Verde só avança se as mulheres venham a ter a mesma oportunidade que os homens”, referiu a presidente do ICIEG, para quem é preciso traçar um caminho que permita ver que o desenvolvimento não é possível sem ter em conta a questão do género.
A ilha do Fogo é a que mais combateu a VBG, mas era a ilha que deixava todos preocupados por causa do feminicídio e a violência baseada no género, salientou Rosana Almeida, observando que graças ao PNUD, a ilha tem neste momento três centros de atendimento e com os três autarcas engajadas para fazer frente à questão de género.
“Com a agenda do género, o trabalho das instituições fica mais facilitado, porque há um caminho traçado e com resultado”, destacou Rosana Almeida, lembrando às mulheres que são elas que terão de influenciar mais pares e educar os filhos para a igualdade entre rapazes e raparigas
A presidente do ICIEG sublinhou que a “agenda de género – mulheres líderes para agenda 2030” já mostrou quais os problemas que existem e que estão a impedir as mulheres de ir mais a frente e que a mesma é o começo.
Inforpress/Fim