A câmara de São Filipe reuniu-se hoje com instituições e autoridades locais para concertar estratégias e pilotagem das acções de combate à propagação da doença, estabilizar a situação e minimizar os impactos da pandemia.
A ilha do Fogo e São Filipe, particularmente, tornou-se o principal epicentro da doença e sendo um problema complexo, o cenário impõe importantes desafios colectivos na concertação das estratégias, razão pela qual, menos de uma semana após a investidura, a câmara, ciente da necessidade de alinhamento de esforços e recursos municipais no combate a covid-19 e comprometido com a causa, promoveu esta reunião.
“A situação mais preocupante que temos hoje no município é a situação epidemiológica e dentro do sentido de responsabilidade e das mais altas funções de coordenação e gestão do município não poderíamos deixar de marcar o nosso primeiro acto de governação, que ainda está em processo de passagem, fosse a criação de um espaço de concertação e diálogo para preparar e combater a pandemia”, disse o presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva.
O encontro, segundo o mesmo, serviu para inteirar-se junto das autoridades daquilo que está sendo feito, mas também reforçar e traçar as medidas para um programa, que foi consensual, de “covid zero daqui a 30 dias” para permitir aos sanfilipenses e foguenses um período de reflexão livre de covid na época festiva.
O desafio, segundo o mesmo é de manter esta meta e uma situação de grande estabilidade para permitir à câmara, no início do ano, ter as condições para implementar as suas políticas económicas e sociais para o desenvolvimento do município.
Nuias Silva avançou que “a prioridade das prioridades” da câmara é canalizar os recursos e atenção para o combate a pandemia que encerra três desafios fundamentais, sendo o primeiro relacionado com a questão social e psicológica das famílias infectadas e afectas.
“Temos que convergir os esforços para garantir apoio às famílias para que possam permanecer em casa, sobretudo aquelas que aguardam pelos resultados dos testes PCR”, disse o autarca.
O segundo aspecto, considerado de importante, é o reforço da fiscalização para garantir os ganhos conseguidos e não permitir que pessoas que estão à espera dos resultados dos testes estejam numa situação de fragilidade e funcionem como meio de contágio e de propagação do vírus.
Neste particular, indicou que a boa notícia é a retoma do funcionamento do equipamento do laboratório de virologia do hospital São Francisco de Assis, passando assim as respostas a serem mais céleres.
A terceira questão, não menos importante está relacionada com a componente do saneamento que, segundo o autarca, é preciso traçar uma política conjunta municipal de tratamento do resíduo sólido normal, mas também a formação, através da Região Sanitária e da Delegacia de Saúde, do pessoal de saneamento da câmara e do cemitério em matéria do tratamento do lixo contaminado, que é preciso recolher e destruir para não ser uma fonte de propagação da doença.
No encontro que durou mais de duas horas, Nuias Silva indicou que “há um grande comprometimento e responsabilidade da equipa camarária” e uma vontade enorme para num processo de diálogo com todos, numa espécie de “djunta-mon”, para combater o desafio maior, mostrando-se convicto de que é possível vencer esta batalha de covid nos próximos 30 dias estabilizando o município e criando condições para o desenvolvimento.
O autarca indicou que tudo isso é possível e depende do esforço da câmara, das instituições através de mecanismo de concertação estratégico que está sendo montado, mas também de um papel activo da população no sentido de colaborar, cooperar e co-responsabilizar nesta pandemia.
O presidente da câmara de São Filipe ficou de mobilizar recursos para apoiar as famílias, mas também para realização de testes rápidos caso for necessário.
A ilha do Fogo, contabiliza neste momento um total acumulado de 1.253 casos da covid-19 desde o surgimento do primeiro caso a 17 de Agosto, distribuídos pelos municípios de Santa Catarina do Fogo (42), Mosteiros (209) e São Filipe (1.002).
Em termos de recuperados a ilha contabiliza 1.038, sendo 35 em Santa Catarina do Fogo, 193 nos Mosteiros e 810 em São Filipe, e seis óbitos, quatro em São Filipe, um nos Mosteiros e outro em Santa Catarina.
Em relação a casos activos o total é de 209, sendo seis em Santa Catarina do Fogo, 15 nos Mosteiros e 188 em São Filipe.
Inforpress/Fim