A lixeira municipal de São Filipe, que funciona a menos de 300 metros do hospital regional e de uma unidade hoteleira, voltou a arder na tarde/noite de sexta-feira, 17, emitindo grande quantidade de fumos que mudava de direcção consoante o posicionamento do vento.
Os incêndios tornaram-se recorrentes e têm preocupado, não só os empreendimentos situados nas proximidades, como os moradores dos bairros de expansão e que estão a menos de 500 metros da lixeira.
Só este mês de Julho há registos de, pelo menos, três incêndios, sendo o primeiro no dia 04 de Julho, por volta das 20:00 horas, depois no dia 07 de Julho, pouco depois das 18:00 horas e na sexta-feira, 17, dia em que o primeiro-ministro, acompanhado de entre outros membros do Governo, do ministro responsável pela pasta do Ambiente, pouco depois das 16:00 horas.
No incêndio de sexta-feira era visível a coluna de fumo à grande distância e com cheiro a queimado. Alguns moradores dos bairros de Achada São Filipe e Cutelo de Açúcar mostravam-se preocupados com a situação.
A lixeira dispõe de guardas e por isso os moradores não entendem como aparecem os incêndios, a não ser esta a uma forma que o serviço de saneamento encontrou para resolver o problema de lixo, evitando a sua acumulação, até que a lixeira seja deslocalizada deste sítio para um local mais apropriado.
Contrariamente às outras vezes, na noite de sexta-feira, por volta das 19:30 horas, não havia ninguém na lixeira a fazer o combate ao incêndio que, devido ao factor vento que se fazia sentir, tinha consumido uma grande área da lixeira, emitindo fumarolas que mudavam de direcção.
O director do Serviço de Saneamento da câmara municipal de São Filipe, contactado hoje pela Inforpress, indicou que o incêndio está controlado, observando que uma parte da lixeira está com algum calor e assim que ocorrer algum vento volta a reacender, confirmando que este mês há registo de três ocorrências.
Na sexta-feira, devido ao calor e algum vento a parte de lixeira voltada para o mar reacendeu e propagou noutras direcções, referiu Luís Dias, sem contudo indicar a dimensão da área da lixeira consumida pelo incêndio, deixando entender que existem condições para que isso aconteça mais vezes durante o período de calor.
A deslocação da lixeira municipal para fora da área urbana era uma das prioridades da actual equipa camarária, mas ainda não conseguiu implementar esta promessa de há quatro anos.
A autarquia de São Filipe tinha uma proposta para um espaço nas proximidades do aeródromo de São Filipe, mas decidiu avançar para uma situação mais duradoura e chegou a identificar um espaço no caminho para o Santuário de Nossa Senhora do Socorro para o efeito e que também foi descartado posteriormente.
Ultimamente, tem-se falado num projecto regional para a construção de um centro intermunicipal de tratamento de resíduos sólidos urbanos, aprovado pelas plataformas locais dos três municípios da ilha do Fogo.
O local escolhido situa-se nas proximidades de Monte Verde, na zona sul do município de São Filipe e na fronteira entre este município e o de Santa Catarina do Fogo, ficando assim mais perto dos Mosteiros.
O director do Serviço de Saneamento da câmara de São Filipe, Luís Dias, disse que já foi elaborada uma ficha de projecto com indicação do que se pretende com o centro e que foi aprovado pelas plataformas locais, adiantando que posteriormente será lançado um concurso público para a elaboração do projecto final, sendo que o concurso é da responsável da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANAS) ou das câmaras municipais da ilha.
Este indicou que o centro vai-se localizar nas proximidades de Monte Verde, num terreno pertencente ao Estado, estando neste momento o Património do Estado a trabalhar na questão de cedência de título de propriedade aos municípios para a construção deste centro, observando que não há quaisquer constrangimentos relativos ao terreno.
Inforpress/Fim