A associação de conservação e uso sustentável dos recursos, Projecto Vitó, registou, até quarta-feira, 15, a captura de pelo menos uma dezena de tartarugas marinhas em várias praias de desova da ilha do Fogo.
O director executivo do Projecto Vitó, Herculano Dinis, avançou à Inforpress que até ao dia 15 de Julho tinham sido capturadas 10 tartarugas sendo duas na praia Ladrão, uma na praia de Fonte Bila, duas em Campanas e uma na praieta (São Filipe), três no município de Santa Catarina e uma nos Mosteiros, mas o mesmo acredita que o número pode ser muito superior.
Herculano Dinis indicou que no município dos Mosteiros as diligências da Polícia Nacional resultaram na detenção de dois indivíduos supostamente pela captura de tartarugas, destacando o empenho, dedicação e o engajamento dos agentes da PN na implementação da nova legislação sobre as tartarugas marinhas.
Aquele responsável observou que na última segunda-feira a PN resgatou uma tartaruga “das mãos dos criminosos”, em Campanas de Baixo, numa altura em que a tartaruga foi encontrada com uma pedra na cabeça e estava “praticamente enterrada”, segundo o responsável do Projecto Vito.
Em relação a presente época de desova, Herculano Dinis indicou que o projecto está a experimentar o melhor arranque de sempre de uma temporada de desova de tartarugas e que desde a fundação da associação não há registo igual à deste ano.
Até ao dia 15 de Julho a associação tinha identificado cerca de mil ninhos de desova de tartarugas, sendo que perto de duas centenas nas praias da ilha do Fogo e 800 ninhos nos Ilhéus do Rombo, os dois espaços em que a associação promove trabalhos de preservação e conservação desta espécie.
Na praia de Fonte Bila, onde se efectua a extracção de areia e que foi suspensa há pouco mais de uma semana, neste momento o Projecto Vito identificou um total de 62 ninhos.
A nível dos Ilhéus do Rombo, uma equipa de monitorização de tartarugas marinhas da associação, que se encontra naquele espaço há mais de um mês, realiza todas as manhãs a promoção de ninhos e rastos de tartarugas.
O trabalho consiste na realização de uma volta completa ao Ilhéu de Cima com passagens pelas 22 praias de desova e os ninhos e rastos são identificados, registados e compilados numa base de dados que permitirá a associação Projecto Vito, no final da temporada, fazer as estatísticas de nidificação por praias.
Inforpress/Fim