O director do hospital regional São Francisco de Assis, no Fogo, considerou hoje “justa e necessária” a reivindicação de uma parte da classe de enfermagem que concluiu o complemento de licenciatura, mas admite que não há espaço para greve.
Evandro Monteiro reagia ao posicionamento de um grupo de enfermeiros que exige a reclassificação após a conclusão no ano passado do complemento de licenciatura.
Disse estar de acordo com a reivindicação porque consta do documento do próprio Ministério da Saúde de que seria automática, sublinhando que, como ser humano e profissionais, todos têm necessidade de estímulo para o exercício da actividade profissional.
Evandro Monteiro, além de director do hospital regional, na qualidade de médico, foi um dos professores destes enfermeiros e em primeira linha avalia todo o esforço que fizeram e, por isso, acredita que “é meritória” a reclassificação.
Indicou que uma parte, seis a sete, do grupo de 20 enfermeiros, já foi reclassificada, o que, segundo o mesmo, demonstra que há um bom senso da tutela para fazer a reclassificação, apesar de toda a conjuntura nova que se vive.
O responsável apela ao bom senso dos enfermeiros porque, segundo disse, pensar em determinados tipos de actos poderá trazer complicações à situação de pandemia que se vive, observando, por isso, que deve imperar o bom senso, a responsabilidade e profissionalismo em prol da comunidade, ciente de que o processo será resolvido, já que as instituições do Estado funcionam.
Para Evandro Monteiro trata-se de uma luta “justa e necessária”, mas observa que se está numa emergência sanitária na região com um caso suspeito na ilha Brava e com possibilidade de confirmação da presença do vírus, pelo que apela ao diálogo.
Segundo o médico, a nível da ilha do Fogo a chegada de vírus é uma questão de dias, mas lembra que em caso de complicação clínica de eventuais pacientes da Brava, estes são transferidos para o hospital segundo as normas internas da própria região sanitária e isso pode trazer alguns constrangimentos, razão pela qual todos têm de estar juntos para fazer da região um exemplo do todo nacional.
Inforpress/Fim