Uma centena de pessoas originárias ou que trabalhavam no Fogo que foram apanhadas pelo estado de emergência decretada na sequência da pandemia do novo coronavírus cadastraram-se para o regresso à ilha, mas as autoridades calculam que sejam muito mais.
A nível do município de São Filipe, o presidente da câmara, Jorge Nogueira, disse que os inscritos na plataforma totalizam 34 pessoas, mas que há muitas outras pessoas que não conseguiram inscrever-se, incluindo algumas que foram enviadas para a Cidade da Praia pelos serviços camarários em tratamento médico e que querem regressar.
A câmara, explicou Jorge Nogueira, já recebeu a lista e vai actualizá-la com a introdução de nomes das outras pessoas que não conseguiram inscrever-se e encaminhá-la ao Governo através do ministro Adjunto da Integração Regional.
A nível do município dos Mosteiros, o número de inscritos é maior e, segundo a lista disponibilizada, são 50 pessoas que pretendem regressar da Cidade da Praia, enquanto no concelho de Santa Catarina do Fogo apenas seis pessoas se inscreveram, mas o número de pedidos de regresso é muito superior.
De entre as pessoas residentes na ilha do Fogo e que foram apanhadas pelo estado de emergência na Cidade da Praia constam os doentes transferidos para o Hospital Agostinho Neto em tratamento, quer através dos serviços de Promoção Social das três câmaras municipais como pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Constam também pessoas que tinham se deslocado para entrevista na Embaixada dos Estados Unidos da América, alguns recrutas da última incorporação militar devolvidos de São Vicente, professores de Santiago que trabalham na ilha do Fogo, assim como técnicos de outras empresas e serviços.
As câmaras já encaminharam as listas ao Governo, visando a preparação do repatriamento que, segundo Jorge Nogueira, não tem ainda uma data indicativa, mas deixa claro que antes do regresso as pessoas devem ser submetidas a testes do novo coronavírus e com resultado negativo e à chegada ficam em quarentena obrigatória em espaços indicados pelas autoridades municipais e sanitárias e ao fim de duas semanas serão submetidas a novo teste para, em caso negativo, poderem deixar o isolamento obrigatório.
A delegada de Saúde de São Filipe, Joana Alves disse quinta-feira que as condições para receber as pessoas que estão na ilha de Santiago (Praia) não estão, ainda, todas reunidas, mas entende que essas pessoas devem regressar porque estão fora das suas casas.
Esta responsável indicou que há várias questões a serem analisadas antes do regresso, como a do isolamento obrigatório e a realização de testes.
Inforpress/Fim