O projecto na área de agricultura e ambiente, denominado “Terra de Valor”, financiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Itália, vai ser implementado, nos próximos três anos, nas ilhas do Fogo e Santiago (Santa Cruz).
A responsável local da ONG Italiana, Cospe, Carla Cossu, disse à Inforpress que o início do projecto está programado para final de Março e conta com um financiamento de 1.600.000 euros, cerca de 180 mil contos cabo-verdianos, salientando que se trata de um projecto solicitado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente e a sua implementação conta com parceiros como a Comissão Regional de Parceiros (CRP) de Santa Cruz e do Fogo, Laço Branco, INIDA e POSER.
Além da ONG italiana Cospe, a implementação deste projecto conta com outro parceiro italiano, a organização não-governamental Coper-mundo, que, segundo Carla Cossu, é requerente principal.
Esta disse que a ONG Cospe ficará mais ligada às actividades a serem implementadas na ilha do Fogo e Coper-mundo no município de Santa Cruz, ilha de Santiago, mas com trocas contínuas entre as duas ilhas, já que a ilha de Santiago, a nível de agricultura, foi mais atingida pela seca.
A ideia, explicou, é analisar melhor a cadeia de valores de alguns produtos que serão identificados através de uma pesquisa que se realiza no início do projecto para ver quais os produtos que se deve trabalhar e ajudar na transformação e conservação mesmo nos períodos de grande seca.
Segundo a mesma, o projecto vai analisar como se consegue mitigar as mudanças climáticas, que juntamente com a valorização da cadeia de valores dos produtos constituem as duas áreas mais importante do projecto.
A experiência existente a nível da ilha do Fogo no domínio da adega de vinhos, cooperativas de produção de queijo e de associações que estão funcionando e são vistas como boas práticas vão servir para a ilha de Santiago, nomeadamente Santa Cruz, que é um dos municípios mais vulneráveis de Santiago.
Com a implementação do projecto pretende-se identificar alguns produtos específicos e trabalhar em toda a cadeia de valor destes produtos e não parar só na produção, mas depois na transformação, marketing, para dar um espaço especialmente para jovens e mulheres que estão confinados a trabalho manual, referiu a responsável local da Cospe.
O objectivo, segundo a mesma fonte, é dar a mesma oportunidade e tentar mitigar a emigração que é outro grande problema, mostrando aos jovens que existem oportunidades em Cabo Verde.
“O objectivo não é criar mais cooperativas, mas trabalhar com as que existem e fortalecê-las” disse Carla Cossu, admitido que em Santa Cruz onde ainda não há um sistema tão forte poderá surgir uma cooperativa que pode ser uma solução como aconteceu na ilha do Fogo.
Inforpress/Fim