A encarregada de negócios da Embaixada do Luxemburgo em Cabo Verde, Angèle da Cruz, destacou hoje a “vontade nacional” de Cabo Verde para a realização dos grandes objectivos da formação profissional, empregabilidade e emprego.
Angèle da Cruz falava na abertura da reunião do Comité de Pilotagem conjunto dos projectos de sector do emprego e empregabilidade financiados pela cooperação luxemburguesa, a decorrer na Cidade da Praia.
A diplomata lembrou que esses sectores têm sido escolhidos pelos sucessivos governos de Cabo Verde e do Luxemburgo como uma prioridade, tendo em consideração as vulnerabilidades do país e os seus efeitos no bem-estar das famílias.
“Desde 2002, Luxemburgo vem investindo prioritariamente na valorização dos recursos humanos cabo-verdianos, passando progressivamente de um enfoque nas infra-estruturas para o reforço das capacidades, de onde se destaca o suporte ao desenvolvimento da formação profissional, inserção socioprofissional e reforços dos mecanismos de inclusão social e financeiro das populações”, precisou.
Na reunião de hoje estão em avaliação os programas de emprego e empregabilidade, executado pela agência LuxDevelopment, de apoio à finança inclusiva II, executada pela agência ADA, o programa de apoio à estratégia nacional de criação de emprego (PAENCE) e o programa de emprego e empregabilidade e inserção, executados pelas agências das Nações Unidas, OIT e PNUD.
Angèle da Cruz referiu que esses programas visam apoiar Cabo Verde através do reforço das capacidades institucionais, na melhoria da ‘governance’ do sector para uma oferta descentralizada dos serviços financeiros ajustados às necessidades e capacidades dos diferentes segmentos da sociedade.
Contudo, salientou que esses resultados só poderão ser alcançados se houver uma ampla participação e envolvimentos de todos os actores, de modo a assegurar uma transferência e progressiva apropriação dos diferentes programas por todos.
“O Luxemburgo e as Nações Unidas estão cá para apoiar o país, mas o Luxemburgo considera que o esforço maior deve caber aos cabo-verdianos”, afirmou alertando, entretanto, para a necessidade de Cabo Verde clarificar a visão quanto ao rumo para o sector.
Neste particular, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que o primeiro desafio que o país tem pela frente é de assumir o sector do emprego como sendo importante, clarificar as políticas, os instrumentos e a liderança em relação a este processo.
“Estamos de acordo em como temos aspectos a melhorar e, seguramente, que o debate de hoje poderá trazer ‘inputs’ importantes para que rapidamente possamos clarificar esse quadro”, indicou Olavo Correia.
O ministro afiançou que o Governo está ciente da necessidade da criação das condições para que as pessoas tenham acesso ao emprego digno, estando as vias para a criação dessas condições identificadas.
“Essa via é aceleração da nossa economia porque não podemos estar a distribuir e redistribuir aquilo que não fora produzido. Temos de criar as condições para que tenhamos empresas cabo-verdianas fortes, um ambiente de negócios proporcionador de investimentos e da criação das novas empresas e de novos empregos”, salientou.
O encontro contou também com a presença da coordenadora residente das Nações Unidas, Ulrika Richardson-Golinski
Com Inforpress