A população de Chã das Caldeiras está ocupada nos trabalhos de poda das fruteiras e limpeza dos campos, um trabalho realizado anualmente e que visa garantir melhor produção das fruteiras.
A época da poda das fruteiras, desde videira, passando pela macieira, marmeleiro, e outras árvores de fruta cultivadas nas zonas da ilha (Chã das Caldeiras, Montinho) e a limpeza dos campos, ocorrem normalmente entre os meses de Janeiro e Março, depois de época fria, em que as plantas começam “acordar” ou a regenerar do repouso.
David Gomes Monteiro “Neves”, viticultor, responsável da associação de Chã das Caldeiras e técnico na área de agricultura, garante que grande parte dos viticultores já efectuaram a poda de fruteiras , como marmeleiro e macieira e que neste momento a população está concentrada na poda de videiras.
Segundo esse responsável, esta prática teve o seu início nas zonas mais quente, nomeadamente nas encostas onde o frio se fez sentir em menor escala, adiantando que nas zonas planas, como Cova Tina, Ilhéu de Losna, os viticultores estão a aguardar mais uns dias para iniciar esta actividade, observando que as plantas ainda não começaram a brotar.
Os trabalhos consistem na monda (limpeza dos campos), seguido da poda das fruteiras, e, numa fase posterior, no tratamento das plantas, sobretudo videiras, com recurso a enxofre (em pó ou misturado com água) e Uidim, assim que surgir os primeiros rebentos para combater eventuais fungos nas cascas das plantas.
Quando começar a formação de frutos (bagos), se houver necessidade, haverá um segundo tratamento.
A produção das plantas dependem, em grande medida, dos trabalhos realizados neste período do ano, segundo os viticultores de Chã das Caldeiras.
Apesar da pouca quantidade de chuva registada em 2017, os viticultores prognosticam uma produção razoável, tendo em conta que em 2016 registou grande quantidade de chuvas e o terreno ainda apresenta alguma humidade que permite a sobrevivência e a produção das plantas.
A vindima de 2018, que deverá acontecer em meados de Julho/Agosto, irá acontecer na adega provisória instalada na Cova Tina, já que as obras de construção da adega definitiva ainda não têm uma data marcada para o seu arranque e mesmo que tivesse iniciado, a infra-estrutura não estaria pronta para receber o processo de vinificação.
A procura dos produtos da adega tem sido boa e há neste momento um contacto com um operador nacional que exporta para Estados Unidos, no sentido de adquirir parte da produção de vinho, disse David Gomes Monteiro, indicando que caso a produção venha a aumentar haverá a possibilidade de disponibilizar até 40 por cento (%) da produção para exportação para os Estados Unidos da América