Os vinhos da adega Maria Chaves vão ser exportados ainda no decurso deste ano para o mercado dos Estados Unidos da América, disse a administradora geral da Associação de Solidariedade e Desenvolvimento (ASDE), Mária da Graça.
A informação foi revelada na quarta-feira, durante a visita que o novo Embaixador dos Estados Unidos da América em Cabo Verde, Jeff Daigle, efectou à adega Maria Chaves, para se inteirar de todo o processo de produção, como é colocado no mercado e aprender como foi esta experiência de começar a exportar para os EUA.
A administradora-geral da ASDE, que é proprietária da vinha e adega Maria Chaves, mostrou-se “muito honrada” com visita do diplomata, afirmando que para a adega constitui um estimulo, já que está em negociação com a comunidade emigrada nos Estados Unidos da América para exportação do vinho Maria Chaves para aquele país.
Maria da Graça adiantou que a adega tem tido todo o apoio da Embaixada e do programa AGOA para exportar.
Questionada para quando o envio da primeira remessa, Maria da Graça disse que “não há uma data fixada porque estão no processo de negociação e a ultimar todos os detalhes com um importador”, mas que acredita que em menos de um mês será enviada a primeira remessa de vinho.
“Estou certa de que em Dezembro, a comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos da América poderá deliciar o nosso vinho”, disse, indicando que serão exportados todos os tipos de vinho produzidos pela adega, desde branco, ao tinto, reserva, passadinha, pico do Fogo.
Como cabo-verdiana, Maria da Graça disse que fica orgulhosa porque o Fogo é uma ilha com tanto potencial e está a mostrar a Cabo Verde que é possível e que se trabalhar com força pode-se alcançar o mercado exterior.
A exportação, adiantou, poderá servir de estimulo aos outros produtores de vinho ou de outra actividade, de que não se devem contentar somente com o mercado nacional e podem ir mais além.
Acrescentou que isso representa também “perseverança, muita dedicação”, mas também “muita angústia”, porque, denunciou, em Cabo Verde tratar de “documentos é um problema e foi preciso ir até às mais altas instâncias para ter autorização para exportar e, por isso, o caminho foi longo, sinuoso, mas no fim valeu a pena”.
A adega Maria Chaves está a trabalhar para exportar para outros países, além dos Estados Unidos da América e neste momento está a negociar com um exportador na Alemanha e a equacionar a possibilidade da França, e a meta é atingir estes mercados no próximo ano.
Maria da Graça está consciente de que estes países têm uma tradição na produção de vinho, mas mostra-se confiante porque, observou, são países curiosos do que se faz no exterior e que gostam daquilo que é “estranho, exótico”, salientando que a adega tem um produto, que é biológico, razão porque acredita no sucesso do vinho Maria Chaves nestes mercados.
Neste momento, a adega tem pronto um novo produto, uma espécie de conhaque, feita a partir do bagaço de uva e que pretende colocar no mercado no principio do ano.
O Embaixador Jeff Daigle explicou que AGOA é um programa que dá oportunidade aos países africanos para exportarem os seus produtos para os EUA, sem taxas, ficando assim mais competitivo, sublinhando que o programa existe há vários anos, mas Cabo Verde não tem aproveitado esta oportunidade.
O diplomata ficou entusiasmado ao visitar a adega Maria Chaves por ser a primeira empresa no ramo da produção de vinho a fazer exportação para os Estados Unidos.
Além da adega Maria Chaves, na quarta-feira o embaixador visitou também a adega Chã das Caldeiras, uma cooperativa com 131 associados, onde se inteirou, igualmente, do processo de produção.
Ali, Jeff Daigle ficou a saber que a adega já tem autorização para exportar para os Estados Unidos da América, estando neste momento em processo negocial com dois empresários cabo-verdianos radicados naquele país, para efectivar a exportação.
Nesta quinta-feira, o embaixador vai visitar o município dos Mosteiros, tendo agendado, de entre outras acções, uma deslocação à adega Sodade, pertencente aos viticultores da zona sul dos Mosteiros, nomeadamente Achada Grande, Corvo e Relva.
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