Saturday, 23 November 2024

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Djidjinho: Uma das figuras mais populares da “Banderona” foi hoje a enterrar no cemitério de São Lourenço

José de Pina Soares “Djidjinho”, uma das figuras mais populares da maior festa tradicional da bandeira da ilha do Fogo “Banderona”, foi hoje a enterrar no cemitério de São Lourenço.

José de Pina Soares desempenhou ao longo de várias décadas a figura de “refugiado ou ladrão” da festa da Banderona, uma espécie de “canisade” que só aparece na festa no dia da matança, no último sábado antes do almoço, com intenção de roubar os produtos como carne, mandioca e outros.

Djidjinho, um octogenário de Campanas de Baixo, desempenhou este papel há mais de 70 anos, o que o transformou numa figura muita conhecida na localidade de Campanas de Baixo e na ilha do Fogo, não apenas durante as festas e vai a enterrar a menos de uma semana do inicio de mais uma edição da festa de Banderona que este ano decorre entre os dias 01 a 24 de Fevereiro.

O funeral partiu às 12:00 de hoje da residência da filha em Campanas de Baixo, seguida de uma cerimónia solene de homenagem a esta figura na Casa da Comunidade, também conhecida como Casa da Banderona, na mesma localidade, saindo depois em cortejo acompanhado de coladeras e tamboreiros de Nhô Sandjôn (São João) até o posto de saúde da mesma localidade.

A missa fúnebre foi realizada às 15:00 na Igreja Matriz de São Lourenço e o enterro uma hora mais tarde no cemitério de São Lourenço.

Recorda-se que a Banderona, de que Djidjinho foi uma das figuras mais populares, é uma festa de cariz profano-religiosa, que atrai, anualmente, centenas de pessoas, sobretudo emigrantes daquela localidade residente nos Estados Unidos da América.

A festa chama-se “Banderona” por ser a festa tradicional da bandeira de maior duração celebrada em toda a ilha do Fogo e a segunda que movimenta o maior número de pessoas, depois da festa da bandeira de São Filipe, 01 de Maio, que tem um carácter nacional e internacional.

A festa da “Banderona” ou da Bandeira de São João Baptista surgiu há mais de dois séculos e, conforme reza a lenda, “na altura, as pessoas ouviam, no “assobiar” do vento, sons comparados com o toque de tambor e cantigas no ar, ao longo de uma semana”, seguidos de relâmpagos e trovões, tendo um raio caído numa ribeira onde brincavam algumas crianças.

Inforpress/Fim

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