Os estudantes do Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura do Mindelo (M_EIA) e do Instituto Cesar Manrique (Tenerife, ilhas Canárias), vão colaborar na produção de quatro a seis pequenas peças documentais no quadro do programa Erasmo.
O professor e produtor do Centro Integrado de Formação Profissional (CIFP) Cesar Manrique, Pedro Alemany, disse que se trata de um projecto financiado pela União Europeia (UE) por um período de dois anos e que a ideia é começar já a trabalhar na preparação do pré-documentário, através da organização de pequenos grupos de modo a que, no ano de 2020, seja possível fazer a rodagem para, que no mês de Junho de 2021, ter uma série de peças documentais produzidos só pelos alunos.
Este disse que no decorrer desse período haverá intercâmbios de professores com vinda de alguns docentes de CIFP a São Vicente para leccionar noções básicas de funcionamento de linguagem audiovisual, de uma câmara, de sons e outros aos alunos do M_EIA e também deslocações de professores de M_EIA a Tenerife para participar e leccionar no CIFP, estando previsto um total de cinco deslocações nos próximos dois anos.
Esta semana três professores de Instituto vão estar em São Vicente para analisar com os alunos possíveis temas que vão ser trabalhados, e, segundo Pedro Alemany, os temas são abertos para que os alunos possam escolher aquele que lhe atrai e interessa.
Pedro Alemany disse que o programa Erasmo é algo “muito maior”, com vários anos e que permite um intercâmbio entre estudantes e professores de toda a Europa, salientando que nos últimos anos o programa tem implementado projectos que permite a colaboração com centros que não são europeus e neste caso, africanos, como nas Ilhas Canárias que beneficia de três projectos, sendo um deles o que está sendo implementado com o M_EIA na área audiovisual.
A selecção dos estudantes do M_EIA para este projecto começa esta semana para que possam durante o resto do ano trabalhar a pré-produção, estando agendado para 2020 a rodagem e a apresentação do documentário calendarizado para Junho de 2021.
Para o responsável do M_EIA, Leão Lopes, é importante a implementação do projecto desta natureza porque em Cabo Verde há “muita lentidão” em projectos e dinâmicas de formação na área do audiovisual.
Apesar de o M_EIA ter-se empenhado um pouco nesta área com a criação há alguns anos de um curso de pós-graduação só se consegue fazer alguma coisa de consistente quando tem parcerias externas e esta é mais uma, afirma Leão Lopes.
Para o mesmo a implementação deste projecto é uma boa oportunidade que surge para jovens que estão na área ou vocacionados, porque, explica, de outra maneira é muito difícil realizar este tipo de projecto educativo em Cabo Verde, razão porque o M_EIA está empenhado nisso e acredita que vai ter bons resultados.
Leão Lopes indicou que em relação ao tema está tudo em aberto e esta é uma das vantagens neste tipo de projecto em que se assina o contrato e exista a liberdade para ajustar e propor aquilo que interessa às partes.
Este disse que a audiovisual é uma área “muito aberta e fascinante” porque estimula a criatividade de alguma forma e, no caso de Cabo Verde, que está “muito virgem” neste tipo de coisa, existe um “campo imenso” de trabalho e de produzir o imaginário a partir de próprios envolvidos.
Além do programa Erasmo, financiado pela União Europeia e que está em curso, o M_EIA e o Instituto Cesar Manrique desenvolveram outros projectos em comum e, há dois anos, o CIFP trouxe um grupo de estudantes para filmar “ChÔ que foi estreado na semana passada em Chã das Caldeiras (24) e São Filipe (26), na Cidade da Praia e no dia 30, no Mindelo, seguindo depois para Brasil (duas apresentações) e Portugal.
Pedro Alemany disse que a rodagem de Chà permitiu estabelecer uma relação “mais pessoal e profissional” com o M_EIA e que a sua instituição quer manter.
Inforpress/Fim
